As medidas que a troika deve apresentar no final do mês

O pacote de ajuda financeira a Portugal vai estar concluído até final deste mês, soube o SOL junto de fonte próxima da equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia e do Banco Central Europeu (BCE) que está em Lisboa a elaborar o plano de resgate.

o prazo deve-se à necessidade de o documento ter de ser aprovado na próxima reunião do ecofin, que se realiza a 16 de maio, e que dará ‘luz verde’ para activar as verbas dos fundos de ajuda europeus e do fmi. a primeira tranche deverá chegar a portugal na primeira semana de junho. a 15 de junho, o estado português tem de pagar uma dívida de 4,9 mil milhões de euros.

entre o final de abril e a reunião do ecofin – grupo que reúne os 27 ministros das finanças da ue –, o plano de ajuda português terá ainda de ser traduzido e seguir para o parlamento finlandês e para a comissão do orçamento do bundestag, o parlamento alemão, para ser aprovado.

a finlândia e a alemanha são os únicos países da zona euro onde a contribuição para ajuda externa tem de passar pelas respectivas assembleias.

fontes comunitárias asseguraram ao sol que um eventual chumbo alemão ou finlandês à ajuda a portugal é «improvável».

na alemanha, a chanceler angela merkel não é obrigada a seguir a recomendação da comissão do orçamento. na finlândia, as declarações dos partidos políticos contra um apoio financeiro a portugal, têm-se suavizado ao longo da semana. o recém-eleito primeiro-ministro, jyrki katainen, assegurou que a ajuda a portugal não está em perigo e que irá pedir aos restantes partidos políticos que formam a coligação do novo governo para aprovarem o resgate financeiro.

porém, um eventual atraso nas negociações políticas na finlândia poderá obrigar a comissão europeia a encontrar uma solução alternativa para conseguir ter o documento do plano de auxílio pronto a 16 de maio.

luis.goncalves@sol.pt

muito provável:

redução de salários na função pública

redução ou corte dos subsídios de férias e/ou natal

redução ou congelamento das pensões

aumento do iva

reduções das deduções à colecta

subida de impostos sobre álcool, gasolina, gasóleo e cigarros

redução das indemnizações por despedimento

redução do subsídio de desemprego

privatizações

cortes nas deduções do crédito à habitação

redução do valor e duração do subsídio de desemprego

limites às deduções do irs

plano de poupança

aumento do preço dos transportes

limites às indemnizações nos despedimentos

pouco provável

pagamento de subsídio de férias e natal em obrigações do tesouro

despedimento de funcionários públicos

congelamento do salário mínimo

aumento da tributação sobre os lucros das empresas

terminar com as progressões automáticas _na função pública

aumento da idade de reforma

encerramento de institutos públicos

não renovação de contratos na função pública

fim do rendimento social de inserção