enquanto o primeiro adapta o popular the biggest loser, mas junta-lhe uma descabida disciplina militar, em que a humilhação dos concorrentes parece ser a principal motivação, o segundo é simplesmente um dos programas mais absurdos que a televisão alguma vez transmitiu. ainda assim, a proposta cujo título demonstra uma espantosa criatividade quando alude a famosos foi a vencedora de audiências, mostrando que há quem queira passar a noite a ver (sobretudo) josé castelo-branco a tentar integrar-se numa tribo da namíbia. reality show, neste caso, soa igualmente a exagero: tudo em perdidos na tribo parece milimetricamente ensaiado.
a boa surpresa da noite, em contra-corrente, foi a estreia também de último a sair, uma paródia ao universo dos reality shows liderada por bruno nogueira e exibida na rtp1. com concorrentes mais famosos – luciana abreu, palhaço batatinha, roberto leal… – do que os famosos da tvi, a maior virtude de último a sair é não ser imediatamente evidente que não é a sério. colado ao formato de big brother, incorpora todos os clichés sem lhes dar um excesso caricatural. e isto porque, na gula pelas audiências, os reality shows que foram sendo orquestrados nos apareceram cada vez mais como uma feira de excentricidades.
assim, declarações de que a frontalidade é a maior qualidade dos concorrentes, beijinhos enviados para cada membro da família, o mau humor desmesurado de gonçalo waddington ou a nova agressão de marco borges a bruno nogueira são coisas perfeitamente passíveis de ser um reality show. a pergunta é: será último a sair capaz de manter esta proximidade sem se tornar naquilo que tenta satirizar?