Queijo verde

O requeijão probiótico, criado em laboratório, combina duas vantagens para a indústria dos lacticínios – a criação de ‘boas bactérias’ e o aproveitamento do soro do leite, um desperdício que não pode ser descarregado nas águas, antes de ser tratado.

«libertam-se nove quilos de soro por cada quilo de queijo produzido», explica ao sol ana raquel madureira, da universidade católica do porto, criadora do requeijão que resultou da sua investigação de doutoramento.

o objectivo é compensar «os custos decorrentes da eliminação do soro, enquanto elemento poluente», explica a investigadora, ao apostar-se na sua valorização através um requeijão probiótico.

ana raquel madureira garante que, além de amigo do ambiente, este é também um produto amigo do homem. tem uma baixa percentagem de lactose «à semelhança do iogurte», uma elevada quantidade de proteínas e um baixo «teor de gordura».

a investigadora da escola superior de biotecnologia diz ainda que este requeijão tem um prazo de validade superior ao dos convencionais, «resultante da acção das bactérias probióticas na produção de compostos que inibem o crescimento das bactérias contaminantes».

dentro do sector dos produtos lácteos, os estudos desenvolvidos em torno do soro podem ser adaptados aos iogurtes, ao leite fermentado, ao queijo ou aos gelados.

para os gulosos, a investigadora já incorporou na sua criação laboratorial aditivos alimentares como açúcar, compota e chocolate. o benefício das propriedades do requeijão com estes ingredientes também já foi atestado.

joana.andrade@sol.pt