Jerónimo resgata cravos das mãos que ‘nunca os sentirão’

É sempre Abril em Grândola desde que haja um comunista por perto: Jerónimo de Sousa aproveitou a passagem pela vila morena para resgatar os cravos das mãos de quem «nunca os sentirá».

«estou a falar do cds», esclareceu, referindo-se ao facto de paulo portas ter andando no domingo em sátão com um cravo vermelho que lhe foi oferecido por um militar de abril numa feira.

os que «estiveram contra abril» podem até «empunhar cravos vermelhos porque nunca os sentirão como símbolo da revolução», declarou jerónimo.

são os mesmos que «usavam muitas vezes nas comemorações do 25 de abril flores brancas», lembrou jerónimo, que hoje não tinha cravo na lapela.

a entrar na reta final da campanha, o secretário-geral não arriscou hoje andar à chuva. voltou a sentar-se à mesa com camaradas do litoral alentejano, mas hoje apenas cerca de uma centena.

nas mesas, os habituais envelopes com um papel branco com uma palavra apenas: «contribui».

no caso, dez euros pagaram o bacalhau da ementa.

apesar de serem na maioria idosos, jerónimo falou para os seus filhos e netos, os que estão «ameaçados» da perda das «conquistas e liberdades» conseguidas com o 25 de abril.

«só se conhece o que se ama, só se ama o que se conquista» e os jovens não vão ter nenhuma «herança» de direito, vão ter que lutar por eles, defendeu.

mas para cinzento já basta o dia e jerónimo salientou que é preciso é ter «esperança» de que em grândola ou noutro lado qualquer, «o povo um dia há de ordenar mais».

lusa/sol