alguns livros de boas maneiras falam numa ‘etiqueta da piedade’, para questões religiosas. nesse aspecto, prevêem-se também regras no relacionamento com os ministros das religiões, e com os sacerdotes no caso católico, como me parece ser o da leitora. por exemplo, a condessa de gencé, no seu tratado de civilidade, adverte que, num templo, as senhoras devem sempre dar primazia aos eclesiásticos. as normas de cortesia consensuais determinam que, num casamento, o celebrante tem lugar na mesa à direita da mãe da noiva.
vamos dar por adquirido que uma crente, neste aspecto, dá ao padre o estatuto de representante de deus, com todas as deferências a isso inerentes: lugar especial à mesa e recepção calorosa (e levantada) na sala. assim ele próprio dignifique a sua posição, vestindo-se como é próprio da condição.
em ambientes mais laicos, tudo depende. numa recepção grande, o padre poderá passar despercebido (a não ser que tenha já ascendido a bispo, o que lhe dá protocolo próprio) e só se justificará a senhora levantar-se quando ele estiver muito perto, e a dirigir-se-lhe.
num encontro mais íntimo, salvas distâncias específicas (uma senhora idosa, por exemplo, perante um jovem padre), é sempre simpático a senhora levantar-se para receber o sacerdote – mas também no fundo para receber qualquer outro visitante.
como dizia ao princípio, fica muito bem a toda a gente respeitar a ‘etiqueta da piedade’, com qualquer ministro, de qualquer religião.
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