no final de 2011 a pa avançou com um processo de despedimento colectivo de 70 trabalhadores, entre os quais estavam três dos cinco elementos da ct. a empresa oferecia como indemnização 1,2 salários por cada ano de antiguidade, acrescidos de cinco meses de salários. no total, 37 pessoas não aceitaram as condições e foram despedidas com apenas um salário por cada ano de trabalho.
não conformados com a decisão da empresa, 21 destes 37 trabalhadores devolveram a indemnização paga pela empresa. «foi uma decisão que custou, pois eram cerca de 30 mil euros, em média», diz ao sol um dos trabalhadores. de seguida, os elementos da ct avançaram com uma providência cautelar de suspensão do despedimento que, após ter sido indeferida pelo tribunal de trabalho, foi agora aceite pelo tribunal da relação.
a relação decretou a suspensão do despedimento destes três trabalhadores, por existe «uma probabilidade séria de estarmos perante um infundado e, nessa medida, ilícito despedimento colectivo», segundo o acórdão.
a substituição dos trabalhadores despedidos por outros com vínculos precários levou o tribunal a concluir que a pa «não terá considerado como essencial a diminuição do número de trabalhadores ao seu serviço como forma de resolução dos problemas de ordem financeira invocados para o despedimento colectivo».
tal como o sol noticiou em novembro de 2010, a pa tem trocado os contratados por precários. antes deste processo, a empresa tinha despedido 159 trabalhadores desde 2005, mas tinha registado «um decréscimo de apenas 14 pessoas no número médio total de colaboradores», segundo o director-geral paulo neves. por isso a percentagem de trabalhadores com contrato efectivo desceu de 97% em 2004 para 79% em 2009.
encorajados por este acórdão, os três elementos da ct e os restantes 18 antigos colaboradores vão apresentar nos próximos dias «uma acção principal de impugnação deste despedimento colectivo até conseguirmos a reintegração de todos», diz ao sol helena oliveira, um dos elementos da ct que viu o tribunal dar-lhe razão.
a páginas amarelas registou lucros de 5,9 milhões de euros em 2009. os dados de 2010 não são disponibilizados pela empresa.