qual a fatia do orçamento do estado que um governo apoiado pelo ps deve destinar à cultura?
não é possível responder a esta pergunta, no quadro actual. mas deve ter um orçamento que lhe permita manter os seus compromissos actuais e, se possível, ampliá-los.
é importante apoiar a indústria cinematográfica em portugal? de que forma?
é muitíssimo importante. através dos mecanismos previstos na nossa proposta de lei do cinema.
está a favor do financiamento do cinema através das receitas das televisões e das operadoras de telecomunicações?
claro. são quem beneficia de um sector audiovisual forte e competitivo.
quem deve escolher os filmes a apoiar: um júri, os operadores que contribuem com as receitas…?
deve haver diversificação de centros de decisão: júri do ica, para atribuição de apoios e decisão directa dos financiadores, sem intermediários, no âmbito dos apoios directos obrigatórios previstos na nova proposta de lei do cinema.
devem ser distribuídas verbas para apoiar artistas portugueses em estágios, ou residências artísticas no estrangeiro?
claro que sim. já apoiamos residência de artistas e de escritores, em vários programas da dglb e do gpeari. com o fundo para a internacionalização, aprovado mas não implementado (devido à queda do governo), estes apoios iriam aumentar substancialmente.
o estado deve apoiar a tradução de obras literárias portuguesas?
claro que sim. há muitos anos que o faz e continuará a fazer.
como vai ser apoiada a programação da rede de teatros municipais?
através de candidaturas das câmaras municipais, onde iremos privilegiar os projectos de desenvolvimento territorial e a qualificação de recursos humanos, equipamentos e programação.
o são carlos e a cnb devem continuar a ser geridos conjuntamente?
com a criação do agrupamento complementar de empresas (ace), previsto para apoiar a gestão conjunta dos 3 teatros nacionais, reduzindo os custos fixos comuns aos diferentes teatros, é possível voltar a autonomizar a cnb, no seu teatro camões. passaria a haver 4 teatros nacionais, independentes, mas apoiados na gestão pelo ace.
como se pretende promover a criação de novos públicos fora dos grandes centros?
já existem novos públicos, graças aos serviços educativos e a uma progressiva melhoria da oferta cultural, um pouco por todo o país. é uma falsa questão, que cai por base quando acompanhamos de perto, como eu tenho feito, o interior do país. basta continuarmos a proporcionar meios para fidelizarmos esses novos públicos.
que apoios devem ter as fundações?
os que já têm. se houvesse mais verba, mais deveriam ter, pois desenvolvem um trabalho meritório, em nome do ministério da cultura e em parceria com o sector privado. não deverá haver alterações neste campo.
no organigrama do ministério da cultura que institutos devem ser eliminados?
o mc não tem gorduras. diminuir é restringir a sua capacidade de acção.
foi extinta a direcção-geral do livro e das bibliotecas. que apoios devem ser dados às bibliotecas públicas?
não foi extinta. foi apenas eliminado 1 cargo de director geral. a dglb continua a funcionar, como sempre, mas dirigida pelo director da biblioteca nacional de portugal.
como deve ser feita a gestão dos museus e dos monumentos nacionais?
há muito para melhorar neste campo. há que incentivar mais iniciativa por parte dos seus directores e mais capacidade de interacção com a sociedade civil. mas também há que reforçar os seus orçamentos.
que ligação deve o mc ter com o ministério da educação?
a que já tem.
que tipo de apoios devem ter os jovens criadores? bolsas através da dgartes, ou outro tipo de incentivos?
já temos diversos programas de apoio destinados aos jovens criadores (no ica, na dgartes, o inov-art, etc,) mas gostaria muito de ter condições para abrir um programa de bolsas para criação artística, como fiz nos açores. depende das condições financeiras do ministério.
defende a existência de um ministério ou de uma secretaria de estado ou outra formulação?
ministério da cultura, que, num cenário ideal, seria reforçado com outras áreas, como a televisão e o turismo. são áreas correlacionais e indissociáveis.