ver o último jogo de ronaldo pode ter sido doloroso para os olhos de quem assistiu. os arranques espontâneos, as fintas mirabolantes, os golos de todas as maneiras e feitios foram memórias que, certamente, passaram num flash pela mente de quem ontem assistiu à partida do brasil.
mas as memórias do passado do fenómeno rapidamente foram suplantadas pelas evidências do presente: um ronaldo gordo, desgastado, mas emocionado e conformado por chegar, com 34 anos, ao fim de um percurso marcado por mais de 300 golos marcados.
a sua carreira ficou recheada de êxitos onde, entre os mais marcantes, se destacam os três prémios de melhor jogador do mundo (1996, 1997 e 2002), feito único a par de zidane, e a conquista do mundial 2002.
as imagens da despedida de ronaldo do ‘escrete’.
«igual a todo brasileiro eu sou guerreiro às vezes caio mas eu me levanto». a letra da canção que marcelo d2 dedicou a ronaldo retrata as páginas negras que destoaram no percurso do fenómeno.
mais forte que os sucessos foram, porém, as lesões. uma carreira, já de si fantástica, poderia ter sido lendária, não fossem as lesões que desde 2001 fustigaram os joelhos de ronaldo. primeiro no inter, depois no rival milan. a par destes problemas, o brasileiro confessou, no momento da sua despedida do corinthians, que um problema de tiróide sempre o obrigou a lutar contra o aumento do peso.
mas os problemas não chegam para atormentar 18 anos de sorrisos.
a alegria do fenómeno sempre expôs no seu sorriso um símbolo. a ‘baliza’ nos dentes (espaço entre os dois dentes da frente) acompanhou a sua relação íntima com as balizas adversárias. prova disso, entre muitas outras, são ainda os 15 golos que o fazem o melhor marcador de sempre em campeonatos do mundo da fifa.
«a minha fome é de bola a minha sede é de golo, balançar a rede, eu sou ronaldo». o mote dado pelo conterrâneo marcelo d2 serve para apresentar o craque, e servirá, quando a memória nos tentar fintar, para não esquecer aquela que foi a essência do fenómeno: o golo.
as palavras e frases não chegam para descrever a sua magia. além da crise, do fmi, da ‘troika’, do fc porto campeão e de um barcelona de outro universo, o ano de 2011 marca o fim da carreira de ronaldo, um dos melhores de sempre a pisar um relvado de futebol. um fenómeno.
veja aqui a despedida da nike a ronaldo.