Tribunal pode obrigar EDP a mudar de imagem

Apesar de o processo da alegada imitação do logótipo da empresa O Feliz ainda estar em reapreciação pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, a energética admite repensar a estratégia da sua marca.

a edp admite proceder a alterações na sua marca devido ao processo que a empresa de braga, o feliz, interpôs contra a energética. em questão está a alegada usurpação do logótipo da metalomecânica, criado há nove anos.

o processo arrasta-se desde 2005, data em que a empresa bracarense avançou para tribunal com uma providência cautelar para impedir que a edp continuasse a usar a sua nova imagem: um sorriso branco num quadro de fundo vermelho. a decisão do tribunal foi a favor da edp, tendo-lhe atribuído o direito de continuar a utilizar o logótipo.

a empresa de braga não ficou contente com o veredicto e decidiu recorrer para o o tribunal da relação de lisboa que, segundo fonte oficial da edp, _«anulou os despachos de atribuição das marcas à edp e remeteu novamente o processo ao instituto nacional de propriedade intelectual (inpi) para reapreciação».

questionada pelo sol sobre um eventual rebranding devido ao processo que está a decorrer, fonte oficial do grupo adiantou que «a decisão não obriga a edp a mudar de imagem, embora possa levar a repensar a concretização dos investimentos numa marca que não está estabilizada».

o sol contactou a empresa o feliz, mas até ao fecho da edição não obteve resposta.

apesar de o logótipo da metalomecânica estar registado no inpi – onde apresentou já uma queixa, tal como fez na direcção-geral das actividades económicas (dgae )–, antónio feliz, dono da empresa, tinha consciência das dificuldades que iria ter ao enfrentar a energética actualmente liderada por antónia mexia, disse o empresário ao correio da manhã, em 2005. «claro que isto é uma luta muito desigual. estamos a falar de um pequeno david contra o golias, com milhões para gastar. mas vamos até onde for necessário na defesa dos nossos direitos», garantiu antónio feliz.

para o dono da empresa de braga, a semelhança dos logótipo «é uma coincidência demasiado infeliz, porque ressalta à vista desarmada que se trata de uma mera cópia». além disso, sustenta que «está em causa a estratégia que a metalomecânica vem desenvolvendo nos últimos anos no sentido de identificar a empresa apenas com a exibição do logótipo, conforme se pode constatar em diversos espaços da firma bracarense».

ricardo.d.lopes@sol.pt  e sara.ribeiro@sol.pt