a decisão destas agências de rating – o outro membro do ‘cartel’ deverá, em breve, como sempre, seguir os pares – constitui não apenas uma injustiça, mas um absurdo. que sentido faz colocar no mesmo nível o estado, endividado até ao pescoço e sem potencial de crescimento à vista, e a pt que, apesar da dívida, gera cash para honrar compromissos e tem pela frente boas perspectivas? qual é a lógica de pôr uma empresa com tudo para crescer num dos mercados com maior potencial do mundo (o brasil) ao nível da fragilizadíssima banca portuguesa, dependente do bce para se financiar e a braços com fortes exigências de capital? é certo que a troika veio impor mudanças ao nível da concorrência que vão afectar a pt. mas, como diria o diácono remédios, «não havia nexexidade…». o mais provável, lamentavelmente, é que outras cotadas portuguesas acabem, sem razão plausível, no mesmo ‘cesto’, perante a completa das agências, as mesmas que se revelaram totalmente incompetentes no início da crise financeira. e que nunca pagaram a conta…
entretanto, o país mudou de cor no domingo. e, em breve, vai mudar de vida. portugal tem uma oportunidade irrepetível de entrar nos eixos, de se disciplinar e de sair, a prazo, do marasmo. é tempo de enterrar o passado. não temos tempo para recriminações, porque o mal está feito e resta andar em frente. trabalhar, trabalhar, trabalhar, é o que nos resta. haja trabalho. nos dias que correm, poder trabalhar vale um triple a.
ricardo.d.lopes@sol.pt