os dias continuaram a marcar a história dos protestos sociais em espanha. ao 15 de maio que deu o mote para o nome do movimento – 15m -, seguiu-se no domingo, 19 de junho, a data em que mais de 200 mil pessoas encheram os centros de várias cidades um pouco por toda a espanha.
a violência entre manifestantes e forças policiais tinha marcado os protestos da passada semana, que começaram a despertar na opinião pública noções de radicalismo e anti-política que foram, incessantemente, rejeitados pelos responsáveis do movimento.
as suspeitas parecem ter unido o povo espanhol: só na capital, madrid, mais de 40 mil reuniram-se, no centro da cidade, para protestar contra o ‘pacto do euro’, as suas repercussões sociais e contra a corrupção política.
ao todo, foram 98 as manifestações que, escreve o el país concentraram em si os gritos de protesto de milhares de espanhóis indignados. todos sob o lema: «caminhemos juntos contra a crise e o capitalismo».
a descrição do diário espanhol oferece a melhor resposta para as conotações de violência que começavam a ser atribuídas à descrição do movimento, ao sublinhar o «ambiente pacífico, festivo e perfeitamente organizado» das manifestações.
«um gigantesco sentimento de indignação»
aos protestos concentrados seguir-se-ão, agora, os mobilizados. esta segunda-feira tem início, em valência, uma marcha de protesto, com destino a madrid, para sensibilizar a população espanhola para as causas do movimento.
de acordo com o diário abc, a marcha irá parar em 29 localidades ao longo dos 500 quilómetros que, prevêem os organizadores, serão percorridos, a pé, em 34 dias.
apesar de contabilizar apenas cerca de 30 elementos, a ‘marcha popular indignada’ espera encontrar-se, a 23 de julho, com outras aglomerações do movimento, naquela que esperam ser, citados pelo el mundo, «dar voz a toda a informação aglutinada» pelo caminho.
à chegada a madrid é esperada uma «grande manifestação», graças à chegada, que se espera simultânea, de outras «caravanas [provenientes] de diversos pontos do país».
o movimento de indignação do 15m parece dar ganho novo alento no rescaldo das manifestações de domingo, e conseguiu, acima de tudo, conquistar a indiferença das pessoas face aos episódios de violência que tinha marcado os protestos da passada semana, junto ao parlamento regional em barcelona.