Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente…

carlos santos ferreira

no contexto em que ocorreu, o aumento de capital do millennium, cuja terceira e última fase ficou concluída na segunda-feira, tinha tudo para correr mal. mas correu bem, com a procura global a superar a oferta em 1,6 vezes, e deixando o banco a escassas duas décimas dos 9% de core tier 1 exigidos ao sistema financeiro até ao final do ano. também o aumento do número de accionistas é um sinal positivo para a gestão do banco, que viu alguns históricos, como berardo, a ficarem ‘para trás’, enquanto outros, como a sonangol, terão reforçado. o tempo (e, sobretudo, o dinheiro, ou a falta dele) muda muita coisa…

antónio de melo pires

a constituição de um fundo de pensões para os colaboradores da autoeuropa, uma iniciativa do director-geral, é mais uma boa prática de uma das mais bem sucedidas empresas do país em termos de relações laborais. a fábrica já tinha anunciado subidas salariais, em tempo de crise, aumentando a motivação dos colaboradores, com quem partilha os ganhos e com quem tem contado, também, quando é preciso fazer ajustes nos horários em função das necessidades de produção. que a autoeuropa fique por muitos anos, pelo emprego e exportações que gera, e pelo exemplo de gestão que dá a todos os portugueses.

…&frio

fernando pinto

o presidente da tap dramatizou em relação à greve dos tripulantes de cabine, mas acabou por ceder a boa parte das suas reivindicações, engrossando os quadros de um grupo que não ganha para o que gasta e oferecendo umas ‘borlas’ aos colaboradores que acusara de porem em risco a sobrevivência da empresa. o brasileiro que pôs a tap na rota do crescimento fez mal em não levar o ‘drama’ até ao fim, numa altura em que os grevistas não tinham sequer, do lado governativo, interlocutores válidos. provavelmente, o bom senso teria imperado.

jean-claude juncker

o presidente do eurogrupo não é o culpado da crise das dívidas soberanas dos países periféricos da zona euro, mas é o rosto de uma europa incapaz de se entender e de encontrar soluções para um problema que pode levar à implosão da moeda única. no próximo domingo haverá nova reunião por causa da crise grega, antes do conselho de dia 23 do qual se espera (?) que saia uma solução. e é bom que assim seja. o tempo urge e os mercados não se comovem.

ricardo.d.lopes@sol.pt