Resultado Líquido

A especulação em torno do nome do próximo ministro das Finanças tem enchido páginas de jornais e ‘excitado’ o país, que se desdobra em apostas e debates televisivos.

é relevante saber, sem dúvida, quem vai comandar as nossas contas nos próximos tempos. e é imperioso, não há quem não concorde, que o rigor e a resiliência sejam características inabaláveis de quem vai tutelar uma das pastas mais duras de qualquer executivo – e mais ainda neste, por razões óbvias. mas, na verdade, há uma certa mistificação em torno desta matéria. não que a competência não conte, porque conta, em tudo na vida. mas, neste caso, o ministro das finanças tem a tarefa facilitada, pelo simples facto de ter uma margem de manobra muito limitada. o programa de governo está feito, é o da troika, como há uma semana lembrou, na sua habitual coluna no confidencial, o economista ferreira machado. seja quem for que ‘acampe’ no terreiro do paço não poderá ser muito criativo. o que está para ser feito é conhecido. o resto são ilusões de quem ainda acha que o estado português é soberano. quase não o é há anos e, desde que pediu ajuda ao exterior, menos ainda.

entretanto, provavelmente a bem das contas, a câmara de lisboa decidiu, mais um ano, associar-se a uma conhecida marca de grandes superfícies no já famoso ‘piquenicão’. este ano, contudo, há uma originalidade: o evento decorre na mais importante artéria da cidade, cujo condicionamento de trânsito está, desde quarta-feira à noite, a gerar uma verdadeira confusão na baixa. há coisas que nem a necessidade de dinheiro explica. e esta é uma delas. haja pachorra para tanta saloiice.

ricardo.d.lopes@sol.pt