As novas modalidades desportivas para perder peso

Há quem use um trampolim para gastar calorias ou quem se agarre a uma bola vermelha para estimular o ritmo cardíaco. A actividade física reinventou-se e há modalidades, como o badminton, que ganharam luz.

calorias aos pulos

nos ginásios, os adultos parecem bichos carpinteiros, tal qual crianças a pular de um lado para o outro. são praticantes de power jump, exercícios físicos feitos num mini-trapolim.

«em 60 minutos, podem gastar-se entre 400 e 800 calorias, dependendo da intensidade e da estrutura física da pessoa», afirma ao sol marco seixo, responsável do holmes place da quinta da fonte, em porto salvo.

a aula, pré-coreografada, consiste em combinações simples, sincronizadas com a música: «são os mesmos exercícios utilizados nas aulas de aeróbica, sem sobrecarga externa, utilizando apenas o peso corporal». a grande vantagem é a redução do impacto em 80%, «em comparação com os mesmos exercícios realizados no chão».

o power jump é apropriado a pessoas com mais de 14 anos. no entanto, o responsável não recomenda que grávidas ou pessoas que sofram de algum problema de ossos ou articulações pratiquem esta modalidade.

disponível em todos os ginásios holmes place, o power jump tem cada vez mais procura. marco seixo justifica esse aumento por se tratar de uma actividade «alegre, motivante e eficaz».

mais informações em www.holmesplace.pt.

a brilhar no escuro

bamninton modernizou-se e as novas versões – speedminton e blackminton – são hoje desportos urbanos e nocturnos.

os volantes passaram a chamar-se speeders e as raquetas são parecidas com as de squash. a imagem de marca do speedminton «é jogar em cima de edifícios mas pode jogar-se em qualquer lado», diz ao sol tiago bernardo, da let’s glow, empresa que promove a versão nocturna desta modalidade.

no blackminton, para eventos à noite, «usam-se luzes negras em forma de pirâmide para iluminar os elementos fluorescentes [nas roupas e em pinturas no corpo], nos speeders são colocados autocolantes brilhantes que fazem com que pareçam estrelas cadentes». se houver vento, de dia ou de noite, podem acrescentar-se umas anilhas que aumentam o seu peso.

nascidas no final dos anos 90 em berlim, estas modalidades têm dezenas de milhar de praticantes na europa, com uma presença mais forte nos países nórdicos e na alemanha. em portugal, há «centenas de praticantes, e têm vindo a crescer de ano para ano».

como desportos podem tornar-se fisicamente muito exigentes, mas quando praticados apenas por diversão «são óptimos porque não é preciso jogar num recinto próprio e em cinco minutos qualquer pessoa começa a dar os primeiros passos e acaba por fazer desporto sem dar conta», considera tiago bernardo, acrescentando que esta seria uma boa aposta para introduzir nas escolas.

para quem quer começar, existem treinos regulares, no cif – clube internacional de futebol, em monsanto, onde qualquer pessoa pode praticar mesmo não tendo ainda o equipamento.

no dia 2 de julho, portimão acolhe uma etapa do circuito internacional de speedminton. ali estarão presentes «quatro dos melhores jogadores do mundo».

mais informações em www.blackminton.pt.

na corda bamba

os equilibristas já não estão só no circo – chegaram às ruas, aos jardins e à praia. o slackline é uma modalidade recente em portugal e consiste em esticar uma fita de nylon entre dois pontos, como duas árvores, para que possa ser atravessada.

«além de andar na fita em busca de equilíbrio existe uma infinidade de manobras mais aventureiras, do simples salto às combinações de mortais», explica ao sol nuno curto, da associação nova aventura, que promove workshops da actividade.

com origem nos estados unidos, a técnica era usada por escaladores para praticarem o equilíbrio e a concentração necessários à escalada.

para o responsável da associação, o slackline estimula o convívio e traz os praticantes para espaços exteriores. é uma modalidade em que «o principal adversário» é a própria pessoa: «basta superar os meus limites para me sentir vitorioso».

sendo «que trabalha a perseverança e autoconfiança», o slackline é preferido pelos jovens. nuno curto acrescenta que é viciante e os praticantes insistem em testar cada vez mais as suas capacidades. «na alemanha chegou a ser chamada a ‘ama de 60 euros’», por manter as crianças ocupadas.

é impossível saber quantos praticantes já existem em portugal, mas são cada vez mais os que procuram na internet os sítios onde podem experimentar a fita de nylon.

actualmente, «estão ser ultimados os retoques finais do primeiro campeonato nacional»; para quem quiser experimentar, vai realizar-se um workshop de iniciação gratuito amanhã, sábado, em lisboa.

mais informação em www.nave.pt.

o verão cheira a canela

o método chiball tem por base a medicina tradicional chinesa e integra técnicas como ioga e pilates. «usamos os movimentos para estimular a circulação do chi [energia vital] numa viagem pelos cinco elementos [madeira, fogo, terra, metal, água]», explica ao sol linda lundgren, professora de chiball.

a cada elemento corresponde um tipo de exercício e uma estação do ano. a primavera está associada à madeira e privilegia o tai chi e o qi gong, que são «passos lentos e fluidos como que um aquecimento».

no verão é o fogo que impera e a técnica usada é o ioga, através de «posições estáticas que aumentam o ritmo cardíaco e dão sensação de calor». na passagem para a estação seguinte é o tempo da terra e de exercitar o corpo com pilates, «trazer o calor para dentro e aumentar a confiança e a auto-estima». no outono, os movimentos escolhidos são os característicos da infância: «cultiva-se a arte de ouvir o corpo e de nos deixarmos ir, que representam o metal».

sobra o elemento da água, que reflecte o inverno, momento em que se dá preferência à meditação.

numa aula passa-se por todos os elementos e apenas varia o tempo dedicado a cada técnica. «quando estamos no verão dedico mais tempo aos exercícios de pilates».

a bola usada nos movimentos e que dá o nome à actividade é escolhida por cada participante no início da aula. existem oito cores e oito aromas.

a vermelha, a cor-de-laranja e a cor-de-rosa (fogo) cheiram a canela, laranja e rosas, respectivamente. a amarela (terra) tem perfume de limão. a cinzenta e a lilás (metal) têm aroma de eucalipto e de lavanda. a azul (água) lembra frutos silvestres.

esta técnica foi criada na austrália por monica linford, uma instrutora de aeróbica que se começou a interessar por filosofias orientais.

por ser considerada uma modalidade que trabalha o corpo e a mente não são só os ginásios que se dedicam a oferecer as suas vantagens.

já há spas, como o six senses, do penha longa hotel & golf resort, em sintra, que disponibiliza aulas (todos os dias de manhã) com a professora linda lundgren.

mais informações pelo tel. 968 463 003.

joana.andrade@sol.pt