Óculos de sol insuficientes para proteger os olhos

Os óculos de sol não são suficientes para proteger dos raios solares. «Se não tiverem protecção UV, a pupila é ‘enganada’ pela lente escura e dilata, deixando passar toda a radiação», alerta a oftalmologista Mun Faria.

grande parte das radiações – cerca de 80% – são absorvidas antes dos 20 anos: «é nos jovens, em que os meios oculares são mais transparentes, que maior quantidade de raios ultravioleta é absorvida pela córnea e pelo cristalino».

a combinação de óculos com bloqueio de ultravioleta e de um chapéu retém 90% das radiações, quando o uso de óculos apenas filtra «50% das radiações».

os raios ultravioleta afectam os olhos de forma aguda e podem provocar queimaduras na córnea, a camada transparente e externa do olho. pior do que a exposição sem cuidado na praia – onde a areia e a água reflectem 25% dos raios – só mesmo a da neve que espelha 80%.

estas lesões, em geral, não deixam marcas. «a excepção é a maculopatia solar, que aparece em quem observa directamente o sol sem protecção, o que origina cegueira macular definitiva», refere a médica. as consequências de uma exposição continuada podem ser mais graves e originar tumores nas pálpebras ou cataratas.

quem já usa óculos no dia-a-dia está mais protegido, porque «se forem de boa qualidade têm filtro uv e são eficazes», mas não são confortáveis em ambiente de muita luz visível.

as lentes de contacto também têm protecção. no entanto, a oftalmologista recomenda uns óculos com bloqueio, por cima das lentes, para «uma protecção acrescida».

as lentes fotocromáticas, que mudam de cor para se adaptarem à luz, são as mais indicadas para quem passa muito tempo ao ar livre ou trabalha no exterior: «bloqueiam todas as radiações e a luz visível de acordo com a sua intensidade».

joana.andrade@sol.pt