Debate sobre o Estado da Nação em Espanha dominado pela crise

O Parlamento espanhol discutiu esta terça-feira o estado da Nação, naquele que foi o último debate presidido pelo actual primeiro-ministro, José Luis Zapatero. Os focos do discurso do líder do executivo espanhol incidiram nas medidas de austeridades, a adopção de tecto de gastos para a política fiscal e no «esforço colectivo», aspecto que foi evocado…

o discurso de zapatero deu início ao debate e conferiu-lhe o mote: ao invés da discussão sobre o estado da nação, o líder do governo espanhol preferiu apelidar o evento como «um debate sobre o estado da luta contra a crise».

a aura da crise que pairou sobre o debate, relata o el mundo, tornou «obrigatória» a discussão de temas que partilham a mesma conotação. reforço da política de austeridade, ao alívio da morosidade dos municípios, à protecção das pessoas a quem seja impossível pagar a tempo as suas hipotecas, foram três medidas que não ofuscaram a que mais surpreendeu no discurso de zapatero: a imposição de um tecto de gastos para a política financeira das comunidades autónomas do país.

a medida será proposta, em julho, no próximo concelho da política fiscal e financeira.

as medidas propostas submetem-se à política que josé luis zapatero defendeu, citado pelo el país, estar a reger o governo espanhol. «as reformas, a austeridade e a coesão social», são sublinhadas como os três pilares do actual executivo e cujos resultados, prosseguiu, resultam em «cinco trimestres consecutivos de crescimento» que, apesar de débil, irá «acelerar a recuperação no segundo semestre» de 2011.

para prosseguir a recuperação do país, zapatero voltou a apelar ao «esforço colectivo» e à consciência da sua «magnitude», a par do impulso que considera ser necessário dar à «procura interna» que se encontra paralisada.

o primeiro-ministro espanhol concedeu ainda algumas palavras ao movimento 15m, ao qual reconheceu legitimidade e cujas propostas «devem ser objecto de respeito».

«[os indignados do 15m] fazem parte de filosofia e não da patologia do nosso modelo de convivência e reivindicam o valor da política», idealizou, ressalvando porém que quaisquer reformas que sejam apeladas apenas serão concretizadas se não colocarem em risco «os equilíbrios sociais básicos e o mercado de trabalho».

as últimas palavras zapatero concedeu-as à união europeia, à qual a crise representa «um grande desafio». o governante espanhol elogiou a política da comunidade, ao saudar as medidas adoptadas pela ue que, realça, vão contribuir para uma europa «mais integrada, mais competitiva e mais solidária».

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