fora isto, é quase um caso de ‘a bela e o monstro’. charlene tem um passado imaculado. kate pelo contrário. a escola nunca foi o seu local predilecto, pelo que ser descoberta, com apenas 14 anos, no aeroporto john f. kennedy, em nova iorque, por uma agência de modelos foi uma saída que lhe agradou.
um ano depois deste episódio, deixou-se fotografar para a revista the face sem maquilhagem e de peito descoberto, e, de imediato, ganhou o estatuto de anti-modelo, por contraste com as top-models da altura, cindy crawford, claudia schiffer e naomi campbell, altas e curvilíneas. popularizou o look heroin chic dos anos 90, eternamente associado à anorexia. «quantas vezes é possível dizer ‘não sou anoréctica!’?», disse numa rara entrevista.
reinventa-se permanentemente, mesmo aos 37 anos. venceu inúmeros prémios, trabalhou com todas as grandes marcas, criadores e fotógrafos, tendo sido capa da vogue inglesa 30 vezes. está há 23 anos no auge.
mesmo quando, em setembro de 2005, o daily mirror fez capa com imagens suas a consumir cocaína. «assumo total responsabilidade pelas minhas acções e quero pedir desculpa a todos os que desiludi», disse, antes de se internar numa clínica no arizona (eua) e terminar uma relação destrutiva com pete doherty, vocalista dos babyshambles.
ainda assim, na sequência das imagens, kate perdeu a maioria dos seus contratos internacionais, com excepção da dior e de alexander mcqueen, que usou uma t-shirt a dizer ‘we love you kate’. regressou mais forte, com novos contratos, incluindo a parceria com a topshop para criar uma linha de roupa.
segundo a forbes, nunca ganhou tanto dinheiro como depois do escândalo. e nem isso a impediu de receber a honra de dama da ordem do império britânico. a partir de 1 de julho, deixa de ser uma desejada solteira. o pai – quem sabe se inocentemente – espera que a filha «acalme».