em declarações ao sol, chen jialin, director-adjunto do departamento internacional da dagong, refere que as três maiores agências mundiais de notação de crédito apenas lançaram os avisos recentes sobre a elevada dívida dos eua devido «à pressão da opinião pública» e não por sua vontade.
a standard&poor’s colocou o rating dos eua em ‘vigilância negativa’ – o primeiro passo para uma eventual descida da notação – no mês passado, surpreendendo os investidores internacionais. os eua ainda mantêm a classificação máxima – aaa – junto da s&p, moody’s e fitch, o que indica que o país tem uma hipótese quase nula de entrar em incumprimento junto dos credores.
mau exemplo
porém, a folha financeira dos eua está longe de ser exemplar. o estado tem um défice orçamental superior a 10% do produto interno bruto (pib) e uma dívida pública que ronda 100% do pib, que cresce abaixo de 2%. o fundo monetário internacional (fmi) e o secretário do tesouro, timothy geithner reiteraram esta semana que, se o tecto da dívida nos eua não for aumentado pelo congresso – de maioria republicana –, o país corre o risco de entrar em incumprimento em agosto.
numa primeira fase, a dagong fez um downgrade do rating dos eua, do nível máximo, aaa, para aa, devido à inexistência de uma «solução credível» para a resolução do défice orçamental no longo prazo, que estava a levar o país para um «crise da dívida», adianta o responsável.
a decisão da fed, o banco central norte-americano, de injectar mais de 600 mil milhões de dólares na economia através da emissão de moeda, em novembro de 2010, reflectiu o «colapso do estado de solvência dos eua e a deterioração da capacidade de pagar as suas dívidas», salienta a agência chinesa. este evento levou a dagong a fazer um novo corte na notação dos eua, para a+. jialin lembra que nem a deterioração económica dos eua levou as três agências norte-americanas a alterarem a classificação, acrescentando que «o silêncio tornou-se a opção unânime entre elas».
«o rating da dívida pública norte-americana é o segundo teste para as três maiores agênciasg. no primeiro, os seus erros morais e de actuação provocaram a crise de crédito global», diz chen jialin.