Ao anunciar, quarta-feira, o fim da carreira, foi igual a si próprio: humilde. «Saio de bem com o ciclismo. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para ganhar [a Volta a Portugal]. Não foi possível. Lamento. Mas saio sem qualquer frustração porque tive momentos bonitos que jamais vou esquecer». Por três vezes subiu ao pódio da mítica prova – numa, em 2005, deixou escapar a vitória por 34,2 segundos. E por 25 vezes vestiu de amarelo – mais uma do que Joaquim Agostinho e menos nove do que o recordista Alves Barbosa. Famoso pelos seus sprints, o ‘foguete da Rebordosa’ escreveu um dia num registo autobiográfico: «Enquanto for ciclista, vai ter sempre o sonho de um dia ganhar a corrida de que mais gosta. Se nunca o conseguir irá ficar triste, claro, mas saberá sempre cumprir uma regra de ouro do ciclismo: dar os parabéns a quem provar ser melhor». Um exemplo.
Cândido Barbosa
Passou toda a vida de ciclista a perseguir o sonho de vencer a Volta a Portugal.