a recém-eleita dirigente francesa frisou as consequências que a bancarrota na grécia pode levantar para a europa, ao relembrar o cenário «de princípios de setembro de 2008», mês que daria início à crise que ainda hoje afecta várias nações em todo o mundo.
as declarações de lagarde pretendiam referir-se à falência do lehman brothers, naquele que foi o rastilho da mais grave crise económia desde o ‘crash’ da bolsa de wall street, em 1929, escreve o diário el mundo.
a nova directora-geral do fmi voltou a frisar a sua preocupação ao transparecê-la nas suas declarações: «os assuntos urgentes a que temos que prestar atenção têm a ver com a dívida soberana», cita o el país, um problema onde a grécia é actualmente o epicentro.
christine lagarde irá assim focar as suas atenções na resolução dos problemas da dívida grega e tentar reunir consenso entre os países da zona euro para que participem no segundo resgate financeiro destinado à grécia.
a antiga ministra da economia gaulesa adiantou que a direcção do fmi se vai reunir nos próximos dias para debater os 3,3 mil milhões de euros que o fundo vai proporcionar ao pacote de ajuda externa a conceder à grécia.
fmi: portugal é de união perante a crise.
a política de lagarde à frente do fmi pretende incutir, tal como defendeu à bbc, três ‘c’s’ como as prioridades que traça para a organização: «mais credibilidade, compreensão e conectividade» na relação da instituição com as economias europeias e mundiais.
christine lagarde assume as rédes daquela que é uma das mais importantes organizações económico-financeiras no actual contexto político mundial. importante e, porém, conturbada.
a sua eleição como líder do fmi sucede à polémica erguida em torno dominique strauss-kahn, anterior director-geral que protagonizou um escandâlo de assédio sexual. daí a preocupação de lagarde em restaurar a credibilidade do fundo junto do olhar público e político, à qual acresce o peso de ser a primeira mulher na história da organização a ser eleita para o cargo de directora-geral.
o próprio fmi quer evitar que a polémica volte a rodear o dia-a-dia da instituição, que no contrato com christine lagarde incluiu a participação da recém-eleita líder num programa de ética, a par da imposição de um código de conduta e ética mais restrito em relação ao do seu predecessor, dominique strauss-kahn.