como ir de férias sem gastar muito dinheiro? é a questão do momento, no começo de um verão marcado pelas nuvens negras da austeridade em portugal. ‘perguntando’ ao google, a resposta surge em mais de 16 milhões de páginas com dicas, sugestões e promoções para ter uns dias de descanso sem esvaziar a carteira.
por exemplo, ficar em parques de campismo pode ser mais em conta. em agosto, a diária num bungalow para quatro pessoas no parque da orbitur da quarteira, algarve, custa 20 euros por dia/pessoa. já para acampar ou parquear uma caravana no parque do guincho, dois adultos pagam 32 euros por dia, exemplifica o presidente, jaime teixeira.
o presidente da federação de campismo e montanhismo de portugal, fernando oliveira cipriano, alerta para as vantagens do caravanismo e auto-caravanismo. «alugar uma autocaravana custa cerca de 150 euros por dia, mais o gasóleo. se for dividido por quatro viajantes, é bom, porque ‘se leva’ a cozinha, o w.c. e o carro, num só».
no entanto, o aluguer de casas de férias também pode ser uma possibilidade. tanto que está a ganhar adeptos em portugal. «há cerca de um ano, notamos forte crescimento na procura», tanto de quem tem um imóvel para arrendar – porque obtém assim uma nova forma de rendimento –, como daqueles que querem descansar num sítio diferente, relata sofia dias, responsável em portugal pelo homelidays, portal especializado nesta área.
garantindo que o aluguer de casas de férias é duas vezes mais barato por metro quadrado do que um hotel, a empresária explica que «nos últimos dois anos, cerca de 70 a 80% dos inquilinos são portugueses que optam por fazer férias em portugal». «há uns anos, o inquilino ia para um hotel e não havia outra opção. agora pondera, porque pode ficar numa casa à beira-mar, com a família, com a estadia por pessoa a rondar ao 150 a 200 euros por semana», continua, acreditando que o negócio da homelidays, que tem subido cerca de 40% nos últimos anos em portugal, não vai sofrer com a crise.
ficar em casa de familiares, aproveitar descontos em sites de compras colectivas, como o letsbonus ou o groupon, que prometem reduções até 70%, e estar atento a pacotes promocionais em agências de viagens e hotelaria são outras formas de poupar nas férias (ver texto ao lado).
famílias adoptam hostels
para os mais jovens ou aventureiros há ainda a troca de casa, o couchsurfing – os membros da rede dão abrigo em sua casa a outros membros, em todo o mundo, de forma gratuita – e até as férias com voluntariado. aqui, troca-se boa-vontade e ajuda por alojamento e alimentação, existindo inúmeros sites especializados nestas matérias.
pousadas da juventude e hostels também podem ser incluídos no roteiro das férias low cost, com este tipo de alojamento virado para os mais novos a ser cada vez mais uma escolha de famílias. primeiro das estrangeiras, mas agora também das portuguesas, sobretudo desde há um ano, indica o presidente da associação de hostels de portugal.
«há cada vez mais famílias a usarem os hostels como alternativa, porque as localizações nas cidades são muito boas e assim também minimizam os custos nos transportes. e, por terem cozinha, conseguem boas poupanças», afirma joão teixeira.
grupos com quatro ou seis elementos têm a vantagem de ocupar um quarto sem ter de o partilhar com desconhecidos, uma característica na filosofia dos hostels. ficar nestas unidades custa, em média, 18 a 20 euros na época alta e 15 euros na temporada baixa, diz o responsável.
porém, se nenhuma destas soluções lhe servir (e à sua carteira), pode sempre optar por ir e vir para a praia todos os dias, mas, para poupar à séria, não se esqueça de levar farnel e optar por transportes públicos.