dos 161criminosos de guerra assim classificados pelo tribunal internacional de haia, goran hadzic era o único que ainda restava capturar. o antigo general sérvio era acusado de 14 crimes contra a humanidade, cometidos entre 1991 e 1995 durante a guerra dos balcãs.
então presidente da república sérvia de krajina, um território que hoje faz parte da croácia, hadzic é acusado de ter sido responsável pela morte de cerca 255 croatas no massacre de vukovar, conta o the guardian, quando as tropas sérvias atacaram um hospital. além das mortes, o ex-general terá mandado deportar quase 20 mil de pessoas não-sérvias da região durante os quatro anos de conflito.
o último general sérvio acusado por haia estava em fuga desde 2004, ano em que o tribunal internacional emitiu um mandado de captura ao seu nome, lembra o new york times, acompanhado por 14 acusações de crimes de guerra e uma recompensa no valor de 986 mil euros atribuída pelo governo sérvio.
‘abafado’ historicamente pelo massacre de srebrenica conduzido por ratko mladic – onde terão sido mortos mais de 8 mil bósnios -, a recompensa pelo antigo general detido há dois meses era largamente superior: cerca de 7 milhões de euros.
sérvia embala em direcção à eu
a detenção de goran hadzic, apenas dois meses após a captura de ratko mladic, veio rejuvenescer a imagem sérvia aos olhos da ue, que sempre impôs como condição imprescindível às negociações de adesão a captura de todos os criminosos de guerra que estava ainda com paradeiro desconhecido.
antes das duas mais recentes capturas, já em 2008 a sérvia tinha dado um passo decisivo junta da ue com a detenção de radovan karadzic, antigo presidente jugoslavo acusado, entre outros, de ordenar o massacre de srebrenica.
o presidente sérvio, boris tadic, sublinhou que o país «cumpriu as suas obrigações morais e legais», cita o diário espanhol el país, ao que o tadic acrescentou que a captura foi tardia pois «este tipo de operações tem que ser bem preparados».
a sérvia cumpriu assim uma das bandeiras da presidência de boris tadic. «com isto, a sérvia concluiu o capítulo mais difícil na cooperação com o tribunal de haia», destacou o new york times das palavras do presidente.
a concessão de fundos europeus e as regalias que acompanham a pertença a um espaço comum ficam, presumivelmente, mais perto da sérvia, embora as negociações possam esbarrar em outros factores, como a intransigência do país em reconhecer a independência do kosovo (desanexado em 2008) ou da sua relutância em aderir à nato.