TGV nas mãos de Passos

Trabalhos na linha Poceirão-Caia estão «completamente» parados, com empresas à espera de clarificação do Executivo. Tribunal de Contas afasta possíveis indemnizações

o administrador da empresa portuguesa detida pela brasileira andrade gutierrez diz estar «na expectativa de que, dentro deste novo quadro político e económico, seja encontrada uma solução». já o presidente da confederação portuguesa da construção e imobiliário, reis campos, explica ao sol que as empresas estão «a enfrentar um problema político».

acontece que o poder de decisão sobre a continuidade ou não deste projecto está agora nas mãos do novo primeiro-ministro, pedro passos coelho, e do ministro das finanças, vítor gaspar. todas as entidades envolvidas estão à espera de orientações e nem mesmo o ministério da economia, que tem a tutela das obras públicas, terá a palavra final. fonte oficial do gabinete de álvaro santos pereira disse ao_sol que o ministro aguarda orientações de s. bento e do terreiro do paço.

no programa do_governo, o_executivo compromete-se a «suspender o projecto de alta velocidade lisboa – madrid», mas deixa a porta aberta à sua continuidade. «poderá sujeitar-se o projecto a uma reavaliação, incluindo o seu conteúdo e calendário, numa óptica de optimização de custos», lê-se no documento.

o financiamento para a construção da linha já está assegurado, com o banco europeu de investimento a garantir 600 milhões de euros e os fundos europeus do_qren e da rede transeuropeia de transportes mais 662 milhões, ou seja, três quartos do total.o restante montante será assegurado pelo_estado português – 116 milhões –, pela empresa pública refer – 60 milhões –, pela banca comercial – 90 milhões – e por fundos próprios do consórcio – 150 milhões.

frederico.pinheiro@sol.pt