as autoridades norueguesas revelaram dados provenientes de uma nova contabilização do número de vítimas dos ataques de sexta-feira, reduzindo de 93 para 76 as mortes causadas por anders breivik.
o decréscimo deve-se à recontagem do número de vítimas do ataque na ilha de utoya, explica a associated press, onde as autoridades concluíram terem sido ‘apenas’ mortas 68 pessoas, em vez das 86 inicialmente avançadas.
fotogaleria: tragédia une população da noruega.
breivik compareceu esta segunda-feira perante o tribunal, três dias após os dois ataques que conduziu em oslo e na ilha de utoya. a sentença, ordenada pelo juiz heger, condenou andres breivik a dois meses de prisão preventiva, o primeiro sob isolamento total, escreve a edição online da bbc.
as alegações do norueguês levaram a que o tribunal resolvesse estender as investigações, que deverão incidir sobretudo sobre as duas outras supostas ‘células’ que terão cooperado com breivik no planeamento dos ataques.
objectivo passava por acabar com ‘multiculturalismo na europa’
apesar de ter admitido a autoria dos ataques, anders breivik refutou, contudo, que fosse culpado pelas mortes de 76 pessoas.
na audiência – que durou cerca de 35 minutos e decorreu à porta fechada -, o norueguês de 32 anos justificou os ataques e a extensa declaração que lhe levou nove anos a escrever com a intenção de «salvar a europa de uma conquista muçulmana», conta o daily telegraph, e de lutar contra aquilo que apelida ser «um marxismo cultural», diz, por outro lado, o the guardian.
no manifesto da sua autoria, e que conta com mais de mil páginas, breivik culpou os liberais de promoverem o ‘multiculturalismo na europa’.
quanto aos ataques da última sexta-feira, as autoridades norueguesas referiram que, apesar de ter comprado as armas legalmente, anders breivik utilizou balas ilegais. as balas utilizadas no ataques foram construídas para se deintegrarem assim que entrassem no corpo do alvo, causando uma maior hemorregia interna.
a própria audiência perante o tribunal de oslo já teria sido, segundo o manifesto, encenada. breivik tinha preparado um discurso e pretendia levar vestido um uniforme, contornos que preparou antes de ter cometido os ataques em oslo e utoya.
a ligação internacional
a par da audiência no tribunal norueguês, os desenvolvimentos desta segunda-feira fizeram soar o alerta para uma suposta ligação internacional do atentado com um cidadão polaco detido em wroclaw.
a alegada ligação foi suspeitada pois andres breivik teria comprado algum material explosivo na polónia – nitrato de sódio, utilizado normalmente como um conservante de carne -, a uma empresa de fertilizantes, mas a agência de segurança interna polaca (abw), já emitiu um comunicado onde afirma que os contactos de breivik na polónia eram «puramente comerciais».
o britânico daily telegraph acrescenta que as autoridades polacas vincaram não ter quaisquer provas que indiquem que as relações entre breivik e a empresa polaca fossem além dos interesses comerciais.