parece-me deplorável. a questão é recente, sobretudo desde que os telemóveis passaram a fotografar e a filmar. uma tentação, reconheço.
antes, o material de filmar era suficientemente volumoso, caro e incómodo de transportar, para não ocorrer a nenhum convidado armar-se em técnico de imagens. mesmo assim, já havia alguns que traziam máquinas relativamente pequenas e de qualidade, lançando-se a concorrer com os profissionais e incomodando o resto das pessoas. mas eram ainda poucos. e, em geral, havia a ideia clara de como devia comportar-se um convidado – e de que os fotógrafos eram profissionais contratados.
o problema é a falta de regras bem interiorizadas sobre os novos telemóveis.
ainda no casamento dos duques de cambridge, no manual de protocolo que a casa real britânica achou ter de distribuir com os convites, se proibia o uso de telemóveis – tanto para falar, como para fotografar. e num crisma recente, na igreja de santa isabel, em lisboa, o pároco suplicava que «reprimissem o fotógrafo» que haveria em cada um dos presentes. apesar do fotógrafo profissional encarregado de cobrir o momento, lá andavam muitos pela igreja, de telemóvel em punho, como se fosse natural exibi-lo num templo religioso.
duvido de que se consiga impor regras mínimas de etiqueta e educação, quando os gadgets do momento nos tornam, a tantos, fotógrafos irreprimíveis. infelizmente, não conseguimos ter a ‘persuasão’ da casa real inglesa nas nossas festas.
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