este hotel, em évora, tira proveito da aparência original dos fornos para cativar as crianças, que ali fazem bolos cozidos ao sol, entre mergulhos na piscina. os pais não ficam de fora e saboreiam os lagostins da caldeirada, que ficam a apurar, juntamente com o peixe e as batatas, durante duas horas e meia em tachos pretos.
estes fornos cozinham lentamente e a temperaturas baixas, o que faz com que os alimentos retenham mais os sabores (ainda que demore algum tempo até a refeição ficar pronta). mas o sol provou e garante que a espera valeu a pena.
as preocupações ambientais destes fornos não se ficam pelo aproveitamento dos raios solares para cozinhar; os recipientes transparentes onde ficam os tachos são feitos com portas de velhas máquinas de lavar roupa. ao juntar a parte de vidro a outra igual cria-se uma espécie de caixa que mantém e distribui o calor.
os restantes materiais também são dos mais comuns: uma estrutura de cartão ou de plástico resistente forrada a papel de prata para concentrar e reflectir o sol para dentro da caixa.
uma solução contra a fome
o primeiro forno solar foi criado pelo franco-suíço horace-bénédict de saussure, em 1767, mas só agora começa a ter uma utilização mais frequente.
a dependência do clima impede que um dia estes fornos substituam os eléctricos ou a gás. mas numa sociedade cada vez mais sensibilizada para medidas sustentáveis é fácil imaginar que no verão, em vez de carvão ou lenha, se possa usar a porta de uma máquina da roupa para preparar um piquenique ou um churrasco no jardim.
por outro lado, a verdadeira revolução desta forma de cozinhar pode surgir em regiões pobres, onde o sol é constante.
os fornos solares têm sido usados na índia, china, quénia, afeganistão e senegal para esterilizar água, além de preparar as refeições, sem custos de combustível.