cumprimentar acho que sim – mas sem exageros. olá e adeus chega perfeitamente. como dizia uma minhota engraçada que trabalhou em minha casa, «sempre com largueza», ou espaço de permeio.
quando me fala de hierarquia, reconheço que, evidentemente, estamos sempre um bocadinho condicionados pelo comportamento dos superiores. mas nada nos obriga aos beijos – sobretudo nesta época em que se podem acusar chefes de assédio por tudo e por nada.
saiu a propósito uma recente notícia, a dar conta de que o principal manual de etiqueta alemão, o knigge (quase um tratado oficial de protocolo), fez agora um acrescento, a determinar que em relações de trabalho o único cumprimento admissível é o aperto de mão – acusando os países mediterrânicos de estarem a propagar uma indesejável ‘beijarada’. estou de acordo com o princípio (no máximo, aperto de mão) e tenho pena de que possa haver fundamento para a acusação aos mediterrânicos. a própria chanceler merkel, nas reuniões europeias a que assiste, é sempre filmada pelas tvs a distribuir beijos, sobretudo a sarkozy, com quem se encontra mais. o exagero é tão grande que ouvi uma empregada de café comentar há dias que ela só podia estar apaixonada pelo presidente francês (prova de que nem todos os mediterrânicos alinham na ‘beijarada’).
enfim: fiquemo-nos pelo knigge, com a ideia de que os alemães são como o frei tomás: é fazer o que eles dizem, e esquecer o que fazem.
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