o salto da jovem rapper para a ribalta foi veloz. já conquistou uma legião de barbies, como chama aos fãs, e o álbum de estreia, pink friday, tem dado que falar, pelas suas letras controversas. recentemente, foi a primeira mulher a figurar na lista da revista forbes na categoria dos 20 rappers mais ricos do mundo, obtendo o 15.º lugar.
«quero fazer o que as pessoas pensam que não consigo, que é ter um álbum número um e ser a primeira rapper mulher a vender como os rapazes», disse a cantora à out magazine. o desejo cumpriu-se e em outubro de 2010 nicki minaj, então com 25 anos (embora haja dúvidas quanto à sua data de nascimento), foi coroada rainha do hip-hop, ao tornar-se a primeira artista a ter sete músicas em simultâneo no billboard top 100 dos eua. ainda não tinha editado o primeiro álbum. este ano ganhou também os prémios bet e teen choice para melhor artista feminina, na categoria de hip-hop.
sempre vista com uma colecção interminável de perucas extravagantes e modelitos no mínimo excêntricos, nicki é já comparada a lady gaga. «nós as duas fazemos o insólito, não coisas muito bonitas. o que estamos a dizer é que não há problema em ser estranho. e talvez o estranho para uns seja o meu normal. acho que é uma atitude que ambas partilhamos», explicou minaj em entrevista ao independent. tal como lady gaga, minaj afirma-se como uma figura não convencional, com tendência a personificar sentimentos de alienação para alcançar um maior número de fãs e vender mais álbuns. «toda a gente queria uma nicki minaj especial porque adicionei algo diferente em cada música que fiz».
na primeira semana, pink friday vendeu mais de 375 mil cópias só nos eua, ocupando o segundo lugar no top de vendas, liderado por kanye west – com quem colaborou no single ‘monster’ e que já se referiu a ela como «a artista mais assustadora do momento». tem mais de um milhão de seguidores no twitter e foi apontada pelo mesmo kanye west como a segunda melhor rapper de sempre depois de eminem.
recentemente, nicki tem acompanhado britney spears, a quem anda a ensinar a ‘rappar’, no tour internacional do álbum femme fatale. já colaborou com rihanna, mariah carey, eminem, usher, jay-z, will.i.am, sean kingston e david guetta, entre outros. «a minha mãe não consegue alcançar a magnitude do meu sucesso», disse ao independent a cantora que nasceu no arquipélago caribenho de trinidad e tobago.
de escrava a artista de sucesso
quando tinha cinco anos a família mudou-se para queens, em nova iorque, em busca de uma vida melhor. com o apoio da mãe, foi aceite na prestigiada escola laguardia, que inspirou a série fame, onde estudou canto e teatro. depois do curso, trabalhou em inúmeros part-times para pagar a renda de casa. «esse tempo foi uma tortura. no fim do dia, depois de trabalhar num sítio que odiava, arranjava-me para sair na esperança de conseguir um acordo discográfico. à noite era uma artista, mas durante o dia era uma escrava».
depois de pôr de lado as suas aspirações musicais por uns tempos, aos 22 anos decidiu abandonar o trabalho e focar-se em alcançar a carreira que sempre havia desejado. influenciada pelas rimas imprevisíveis de missy elliot e pelas atitudes sexistas de lil’ kim e foxy brown, nicki minaj foi descoberta graças à sua página do myspace. não tardou muito até que o rapper lil wayne reparasse nela, agenciando a artista na sua produtora young money. estavam dados os primeiros passos para a fama.
em 2007, lançou a sua mixtape intitulada playtime is over. seguiram-se sucka free, em 2008, e beam me up scotty, em 2009. o primeiro single de nicki foi ‘your love’, lançado em junho de 2010. a este sucederam-se ‘right thru me’, ‘moment 4 life’, ‘did it on’em’ e ‘super bass’ – o qual alguns ousaram dizer que era melhor que ‘judas’ de lady gaga.
os vários alter egos de minaj, mais especificamente a sua apropriação da boneca barbie, enfatizaram mais o lado ‘plástico’ do que a esfera pessoal da excêntrica diva, o que, para alguns, tem posto em causa a sua autenticidade como artista. «estou a desempenhar um papel. sou uma entertainer e é isso que os entertainers fazem. é para isso que as pessoas pagam. não me querem ver a sair da cama com ramelas nos olhos e a dizer: ‘esta sou eu, autêntica’. pagam para um show», disse ao independent.
cookie foi a sua primeira identidade, à qual se seguiu harajuku barbie. depois do lançamento do álbum pink friday criou outro alter ego, roman zolanski, que tem sido comparado a slim shady, o alter ego de eminem. ambos colaboram na música ‘roman’s revenge’. além destes existem ainda dentro da cantora as personas martha zolanski, mãe de roman, nicki teresa, rosa e nicki lewinsky.
enquanto algumas músicas e entrevistas deixam implícito que minaj é bissexual, a artista diz que não tem sexo com mulheres, mas também não sai com homens. «simplesmente aceito toda a gente, de todos os estilos e não lhes digo que são más pessoas. digo que as raparigas são bonitas e sexy porque precisam que alguém lhes diga isso. mas sinto que as pessoas querem sempre definir-me e eu não quero ser definida», disse à vibe magazine.
o sucesso da controversa nicki minaj parece não ter limites. a cantora já tem um batom da marca mac com o seu nome, a mtv fez um documentário sobre ela, foi convidada para emprestar a sua voz ao filme idade do gelo 4 e, ultimamente, fala-se que simon cowell a terá chamado para integrar o painel de jurados do x factor americano.