a hpp é um dos três maiores grupo de saúde privados em portugal, a par do bes saúde e da cuf. detém uma rede de seis hospitais, emprega mais de dois mil trabalhadores e facturou 162 milhões de euros em 2010.
a ligação entre a sonangol e a hpp não é nova. em 2009, o grupo espanhol usp hospitales, na altura accionista da hpp – com uma posição de 25% –, ganhou a gestão da clínica privada da sonangol, a clínica girassol, que é a única presença da empresa angolana na área da saúde. a unidade, situada em luanda, tem mais de 350 médicos e oferece 30 especialidades.
fontes da banca e da saúde adiantaram ao sol que a aquisição da hpp pela sonangol é um negócio que «faz sentido». porém, a corrida ao grupo hospitalar da cgd promete não ser solitária. numa entrevista recente ao expresso, a presidente do bes saúde, isabel vaz, admitiu estar interessada nesta privatização. já a_cuf, por seu lado, não deverá participar. os antigos accionistas da hpp, a usp hospitales, um dos maiores grupos de saúde da península ibérica, são sempre uma hipótese em cima da mesa, dado o seu amplo conhecimento do funcionamento da hpp e as sinergias possíveis.
a troika não impôs à cgd nenhuma data para a venda das suas posições fora da banca, como é o caso da hpp, dos seguros ou das participações financeiras em empresas como a pt ou a zon. esta semana, o diário económico avançou que a comissão europeia e o fundo monetário internacional vão autorizar a cgd ficar com o ramo segurador.
a empresa liderada por manuel vicente refere no seu plano de negócios até 2015 que um dos objectivos é apostar na diversificação da sua actuação para além do sector do petróleo. além da saúde, a sonangol está presente com empresas próprias nas telecomunicações, aviação comercial e imobiliária.
no mês passado, recorde-se, o ministro de estado e chefe da casa civil da presidência de angola, carlos feijó, afirmou que o executivo de luanda está a estudar «profundamente» a possibilidade de entrada no processo de privatizações em portugal, para o qual já tinha, aliás, realizado três estudos.
o sol apurou, contudo, que a venda da hpp por parte da cgd está actualmente parada. uma fonte conhecedora do processo descreve-o como «complicado», devido, sobretudo, à situação do hospital de cascais. esta unidade, construída na modalidade de parceria público-privada (ppp), foi sempre alvo de polémica. o contrato de concessão chegou a ser ‘chumbado’ pelo tribunal de contas por não serem conhecidos todos os encargos para o estado. no primeiro semestre deste ano, as imparidades reconhecidas da ppp desta unidade colocaram os resultados da hpp no ‘vermelho’.