foram agendadas para hoje manifestações nas ruas de todo o país com o objectivo de reunir um milhão de pessoas, tendo o movimento popular enfrentado hoje mais um desafio, cujo objectivo era o de reunir cerca de um sétimo da população.
apesar dos apelos, as primeiras estimativas relativas a telavive recaem sobre quase 300 mil, um número semelhante ao alcançado maioritariamente a 6 de agosto, data que marcou a maior manifestação de reivindicação social da história do país.
a organização dos protestos aponta, no entanto, para os 400 mil um pouco por todos o país, um número ainda não confirmado pela polícia.
«não acredito que tenha atingido um milhão, mas há muita gente e é a primeira vez que tanta gente sai às ruas, devemos lembrar. por isso é um feito em si mesmo, mesmo que não chegue ao milhão», disse yael zylberman à agência lusa.
segundo a jovem de 30 anos, «o propósito do protesto é trazer algo à agenda política e isso pelo menos já conseguimos, devemos estar muito orgulhosos», acrescentou.
segundo a residente de telavive a classe média israelita «não aguenta mais». «quero criar os meus filhos em israel e não creio que seja possível porque pôr uma criança num infantário custa tanto como o meu salário e isto é de loucos», conclui.
daniel gil, de 53 anos, diz «não sofrer dos mesmos medos e da precariedade que atinge os jovens», mas acredita que deve «estar presente».
«venho porque acredito que algo tem que ser feito para mudar o que se passa neste momento», explica.
segundo este pai de família, acompanhado pela esposa, «as coisas não correm bem para uma parte significativa da população» apesar de esta «servir o país pagando impostos e servindo no exército».
«coisas simples e diárias empurram-nos (aos jovens) para o fosso e não os deixam viver uma vida normal», conclui enquanto aponta para os muitos jovens que o ultrapassam na marcha.
a manifestação terminou na praça hamedina, onde às 21h30 locais deu início um comício protagonizado pela fundadora dos protestos daphni leef e o presidente da associação nacional estudantil itzik shmuli, entre outras personalidades reconhecidas pela luta social.