as principais são a subida do iva na electricidade e gás, o aumento do preço dos passes dos transportes públicos de lisboa e porto (e alguns descontos para os mais desfavorecidos), o congelamento das carreiras na defesa e administração interna, assim como as privatizações da edp, ren, águas de portugal e rtp. sabe-se, entretanto, que os escalões mais altos de irs e irc serão agravados em 2012. e que as deduções fiscais de quem ganha acima de 66 mil euros por ano terminam. até agora, a esmagadora maioria das medidas anunciada vem do lado da receita – não da despesa.
é mais difícil – e lento – cortar na despesa. mas já é possível perceber que boa parte do esforço vai passar por cortes na saúde (com a generalização dos genéricos, por exemplo, o que é positivo) e na educação (quase 30 mil professores não foram colocados e serão encerradas escolas). os trabalhadores do estado também vão dar o seu contributo, deixando de receber aumentos salariais (e de ter progressões nas carreiras) até 2014. vendo bem, já se entendeu onde vão ser feitos os cortes. falta, contudo, perceber a expressão de cada um deles, ou seja, a sua tradução em euros. perante tantos sacrifícios, os portugueses – e os mercados – estarão atentos à forma como o governo corta na ‘máquina’, que inclui institutos, fundações, e empresas públicas e municipais. o governo não poderá vacilar neste capítulo. de outra forma, o esforço ‘colossal’ que nos é pedido resultará numa colossal desilusão. e de desilusões estão os portugueses fartos.
ricardo.d.lopes@sol.pt