a crise da diplomacia entre israel e palestina foi a temática central no discurso do presidente dos eua. obama sublinhou que não será um pedido de reconhecimento enviado pela pasletina à onu a por termo ao sexagenário conflito. «se fosse assim tão fácil, já teria sido conseguido há muito tempo», reforçou, referindo-se a algo que considerou como um «atalho».
as palavras de obama centraram-se, invariavelmente, numa tentativa de enfatizar que o caminho para a paz entre os dois estados reside «numa tentativa mútua em alcançar um acordo sobre os assuntos que os dividem».
em paralelo ao discurso de obama, responsáveis do executivo norte-americano tentavam persuadir os seus homólogos palestinianos a enviarem o pedido oficial de reconhecimento à onu. tudo porque barack obama voltou a frisar que os eua vetariam o pedido nas nações unidas – o país é um dos membros permanentes da organização com direito de veto.
«a paz depende no compromisso entre os povos que têm que viver juntos após o fim dos discursos e da contagem dos nossos votos», prosseguiu, citado pela associated press. a posição de obama intensificou-se devido à instabilidade que o pedido palestiniano poderá causar nas relações diplomáticas dos eua com israel e o médiooriente.
as sugestões de soluções para o conflito iam pontificando ao longo do seu discurso de 47 minutos. «o bloqueio só será quebrado quando cada lado aprender a colocar-se no papel do outro», foi um dos exemplos destacados pelo new york times.
a formalização do pedido – que a comunidade internacional tem antecipado para hoje -, poderá isolar ainda mais israel no mapa geo-político, na medida em que a maioria das nações do médio oriente tem manifestado o seu apoio ao reconhecimento de um estado independente da palestina.
no fundo, barack obama impôs uma condição essencial para o reconhecimento da palestina: o prévio estabelecimento de uma paz acordada com israel.
o el mundo recordou que, há quase um ano, obama apelou, igualmente ao discursar nas nações unidas, um estado palestiniano independente e membro da onu.
e aí, a história tem-se encarregue de erguer obstáculos diversos. desde 1979 que as negociações de paz entre palestina e israel estagnaram, e os líderes de ambos os estados nunca lograram alcançar um ponto de entendimento que permitisse instaurar uma paz duradoura no território, onde árabes e judeus continuam a coabitar sob constante ameaça de conflito armado.
dos obstáculos às soluções, obama foi claro. de um lado, a palestina quer o seu reconhecimento territorial como estado independente e, do outro, israel deseja garantir a sua segurança. nada de novo, por enquanto.