abbas afirmou que sofreu pressões agressivas por parte dos eua, cujo presidente barack obama já afirmou que irá vetar a resolução palestiniana no conselho de segurança da onu. também israel ameaçou a autoridade palestiniana, dizendo que a iniciativa na onu viola o processo de paz assinado há 18 anos e deixando no ar a ideia de que telavive não se sentirá obrigada a cumprir outros pontos do mesmo acordo.
já perante a assembleia geral da onu, o presidente da autoridade palestiniana foi peremptório: «após 63 anos de sofrimento, chega, chega, chega», lançou abbas provocando uma positiva e ruidosa reacção na plateia. «o tempo chegou para os nossos homens, mulheres e crianças viverem vidas normais, para que possam dormir sem ter medo do dia seguinte. sem ter medo de ser mortas, presas ou humilhadas. de viver sem postos de controlo», continuou o dirigente da fatah.
abbas acusou israel de usar a força em território palestiniano contra os cidadãos árabes: «chegámos a um ponto onde há ordens de despejo a residentes palestinianos na cidade de jerusalém». «os nossos cidadãos vêem negado o acesso às suas mesquitas», continuou, defendendo que a política israelita «vai destruir as hipóteses de se alcançar uma solução de dois estados, que é defendida pela comunidade internacional».
agradecendo a posição de «todos os estados» que apoiam a «luta e o sofrimento» do povo palestiniano, abbas lembrou que o próprio ban ki-monn afirmou há dias que o «estado palestiniano devia ter sido instaurado há muitos anos atrás».
acesso a haia
com o reconhecimento integral posto de parte, a ap poderá enviar a resolução à assembleia que reúne os 193 membros da onu, onde deverá obter a maioria necessária para vencer a votação – o dirigente da fatah nabil shaath afirmou esta semana acreditar que 140 estados apoiarão a proposta palestiniana. mas, nesse caso, a vitória máxima que os palestinianos poderão obter será ver o estatuto de estado observador alterado para estado não membro, igual à santa sé.
um passo que dará à ap acesso a instituições e convenções da onu, como por exemplo o tribunal penal internacional, onde poderá apresentar queixas perante o que considera como violações israelitas a resoluções da onu com mais de 50 anos.
perante esta possibilidade, eua e israel ameaçam cortar financiamento indispensável aos palestinianos: telavive garante que deixará de transferir as tributações fiscais, enquanto o congresso dos eua ameaça suspender a ajuda de milhões de dólares que atribui actualmente à palestina. e a facção mais radical do governo de netanyahu apresentou uma proposta no knesset (parlamento israelita) a exigir a anexação dos actuais colonatos na cisjordânia, caso o plano palestiniano seja aprovado em nova iorque.