jardim ganha eleições há décadas usando duas armas poderosas: o dinheiro (que gere como se fosse seu) e as expectativas de uma população que, fora do funchal, o considera ‘deus’ por ter visto chegar ao campo a luz, a água e as infra-estruturas que antes não tinha, por ser parente pobre do portugal de minho a timor. e, na construção dessas ‘modernidades’, a população, rural, pouco informada e instruída, teve trabalho. a história do ‘buraco’ da madeira é a de um país onde o chico-espertismo não é penalizado pela população. pior: é a história de um país onde a culpa morre, quase sempre, solteira. se portugal fosse um país a sério, alberto joão jardim teria já sido, pura e simplesmente, destituído de funções e impedido de se recandidatar às eleições que se aproximam. mas, como portugal é como é, e as suas leis são como são, o líder pode pavonear-se em inaugurações sucessivas, insultando tudo e todos a seu bel prazer como, de resto, sempre fez, sem consequências.
o mais provável é que jardim ganhe, de novo, as eleições, mas poucos acreditam que fique até ao fim do mandato, até porque, desta vez, dificilmente se ficará a rir. e jardim não sabe viver sem rir dos outros. marcelo rebelo de sousa vaticinou o mais que provável fim do presidente do governo regional. mas não há que ter pena, porque jardim também não tem pena de ninguém. na verdade, o líder madeirense já está morto. a questão é que ainda ninguém lhe disse. paz à sua alma.
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