Milhares fogem de Sirte à medida que rebeldes ‘invadem’ a cidade

A violência subiu de tom nos últimos dias de confronto armado na Líbia. As forças rebeldes estão a entrar em Sirte, um dos dois últimos focos de resistência dos militares leais a Muammar Kadhafi, onde já foram avançados três mil mortos enquanto outro milhares fogem da cidade.

as forças dos conselho nacional de transição (cnt) têm tentado nas últimas semanas tomar os dois últimos enclaves de resistência das tropas e tribos leais a muammar kadhafi: bani walid e sirte. a última estado no centro das ofensivas das forças rebeldes, que nos últimos dias conseguiram já entrar na cidade.

a ofensiva rebelde tem levado milhares de pessoas a saírem de sirte por recearem o eclodir, em maior escala, de confrontos com as tropas leais ao regime, à semelhança do que aconteceu na capital, tripoli. nas entradas da cidade os tiroteios intensificam-se, escreve o daily telegraph, com a presença de snipers do regime em várias rotundas e edifícios que têm ‘abrandado’ o avanço dos rebeldes em direcção ao centro de sirte.

à medida que as tropas no terreno tentam contrariar os snipers e o uso de artilharia por parte das tropas de kadhafi, a nato vai lançando no ar vários bombardeamentos pelo centro da cidade. «todas as noite, durante cinco ou seis horas, a nato bombardeia todo o tipo de edifícios», relata sami abderramán, um dos habitantes fugitivos de sirte ao el país.

além das referências aos bombardeamentos, o mesmo habitante adianta ainda que mais de 3 mil pessoas já terão morrido em sirte desde a chegada das hostilidades à cidade.

preocupações humanitárias começam a erguer-se

o progresso das forças do cnt rumo à ‘limpeza’ de apoiantes de kadhafi na líbia começa a parecer insuficiente para ignorar a extensão do conflito na líbia – dura há mais de quatro meses. a escalada do número de mortes causados pelos confrontos entre rebeldes e tropas do regime fazem com que as vozes humanitárias não tenham tardado a surgir.

a bbc escreve que várias agências humanitárias já alertaram para as pessoas encurraladas no centro de sirte e bani walid, avisando igualmente para a necessidade crescente por alimentos e medicamentos.

a própria cruz vermelha internacional manifestou a sua preocupação em torno dos confrontos que fervilham cada vez mais nos dois enclaves que restam. georges comninos, chefe da delegação internacional, afirmou: «estamos muito preocupados com as pessoas que estão no centro de bani walid e sirte».

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