Treinadores entram na dança

Por vontade própria ou ‘empurrados’ pela direcção dos clubes, são vários os treinadores que todos os anos deixam os seus postos de trabalho com as épocas a decorrer.

ao fim de seis jornadas da presente liga, o ‘chicote’ já ‘estalou’ três vezes, provocando quatro substituições. as derrotas frente ao fc porto na supertaça e na 1.ª jornada e o afastamento da liga europa levaram manuel machado a despedir-se prematuramente do comando técnico do vitória de guimarães. para o seu lugar entrou rui vitória, que deixou o paços de ferreira – clube que passou a ser orientado por luís miguel.

vítor pontes só aguentou dois jogos

à terceira ronda foi a vez de pedro caixinha sair da união de leiria. mas o seu sucessor, vítor pontes, só durou duas jornadas – nas quais sofreu duas derrotas – e manuel cajuda é o senhor que se segue no clube que se queda pela antepenúltima posição, com apenas uma vitória (no recinto do beira-mar).

cajuda, que regressa à liga portuguesa dois anos depois de ter deixado o v. guimarães, e que cumpre a sua terceira passagem por leiria – as outras foram em 1993/94 e 2002/03 –, estreia-se já no próximo domingo, em casa, frente ao sp. braga.

comparando com o ano passado, esta temporada está a mostrar-se mais fértil no que diz respeito à ‘dança de treinadores’. e para já assemelha-se à de 2009/10, quando à sexta ronda já tinham ‘caído’ três técnicos: ulisses morais (naval), carlos azenha (v. setúbal) e carlos carvalhal (marítimo).

a naval e o v. setúbal – como é o actual caso da união de leiria – estavam, então, numa situação aflitiva na tabela e acabaram, no final, por escapar à despromoção. a mudança nas respectivas equipas técnicas deu frutos, como quase sempre acontece. das 20 vezes em que nas duas últimas épocas houve trocas de treinadores (ver quadro), apenas em cinco ocasiões os clubes vieram a perder posições com as mudanças. e numa destas nem se pode falar em ‘chicotada’, uma vez que jorge costa deixou em 2010/11 a académica por motivos pessoais – e não por resultados.

assim, seja por razões de ordem técnica ou psicológica – ou pelo acumular das duas –, as ‘chicotadas’ têm em geral um efeito positivo. com três já registadas esta temporada, não é difícil adivinhar que com o desenrolar da época outras se seguirão.

há dois anos, com esta ‘dança’ a um ritmo tão vertiginoso, apenas seis equipas terminaram a liga com o mesmo treinador que a começaram: benfica, fc porto, sp. braga, nacional, rio ave e olhanense. esta época, a ver vamos.

pedro.p.fonseca@sol.pt