não me parece natural, mas começo a pensar que é uma guerra perdida. eu própria me tenho indignado com situações semelhantes, e chamo a atenção a filhos e sobrinhos. e eles olham-me como se eu fosse marciana. depois, alinhavam argumentos, e dizem que nos dias de hoje, abandonar um copo é um perigo – garantindo que há por aí quem ande a semear droga nos outros. isso não explica o cigarro – mas miúdos de cigarro, nos tempos que correm, com todas as advertências, não podem ser muito lúcidos.
o comportamento nas pistas de dança tem evoluído, como tudo. no princípio, era impensável entrar num salão de dança de cigarro na mão, e apenas um carnet preenchido permitia a uma rapariga rejeitar uma proposta de dança. dançava-se em pares, e com movimentos estabelecidos e aprendidos. hoje salta-se para a pista de qualquer maneira, em par, em grupo ou a sós.
claro que como em todas as evoluções sociais, a regra do bom senso deve sempre prevalecer. e andar de copo e cigarro na mão numa pista de dança não é sensato nem elegante, mesmo acreditando nos semeadores de droga. mas se eu nem sequer consigo convencer os meus – o que lhe hei-de dizer a si? que saudades dos donos das boîtes bem educados do meu tempo, que não deixavam ninguém pôr o pé nas pistas de dança de cigarro ou copo na mão. ajudavam-nos a educar os filhos.
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