na última semana, a câmara municipal do barreiro (cmb) aprovou o projecto, nomeando um representante para um grupo de trabalho que inclui ainda, além da lusoponte, as câmaras do montijo, alcochete, moita e seixal. «já indicámos o nosso representante para o grupo de trabalho que irá estudar de forma mais intensa o projecto», revela ao sol o presidente da cmb, carlos humberto carvalho. «há já algum trabalho feito, mas ainda não temos data para entregar a proposta ao governo», acrescenta.
em causa está uma ponte de 3,6 quilómetros, que une o barreiro ao montijo, indo ao encontro da ponte vasco da gama. aliás, é o futuro aumento da circulação nesta infra-estrutura que compensará a lusoponte pelo financiamento da travessia.
«é uma obra que interessa à lusoponte. há cerca de 10 anos que a queremos realizar, mas apenas agora temos condições», confirma ao sol joaquim ferreira do amaral, presidente da empresa.
o custo previsto, apurou o sol junto de fontes ligadas ao processo, estará entre 53 e 85 milhões de euros, variando com o tipo de condições geológicas e geotécnicas. a ‘fatia de leão’ do financiamento será assegurada pela lusoponte. mas este é um tema que ainda está a ser debatido.
«estamos dispostos a colaborar nesse aspecto», diz ferreira do amaral. já o presidente da cmb refere que «o investimento será assumido quase na totalidade pela lusoponte». segundo o autarca, «está igualmente em cima da mesa levar a ligação até ao seixal, sendo para isso necessário construir outra ponte, mais pequena».
preço não é elevado
o projecto – que tem um custo baixo pelo facto de 3,4 quilómetros serem numa zona de baixa profundidade – tem condições para avançar, ao receber o apoio de todas as autarquias, nomeadamente a do barreiro, que até agora não tinha mostrado interesse. a autarquia temia que este projecto colocasse de lado a possibilidade de ser construída a ponte chelas-barreiro, inserida no projecto de alta-velocidade ferroviária. como o governo abandonou o tgv, o autarca avança agora com o ‘plano b’.
por outro lado, a futura infra-estrutura vai ainda aumentar o valor dos terrenos do arco ribeirinho sul (quimiparque, siderurgia e margueira), pois não há naquela zona boas ligações.