as declarações de ban ki-moon, já de si relevantes, rodearam-se de ainda maior importância dado o contexto em que foram proferidas: antes de um encontro, na suíça, entre o secretário-geral da onu e o g20.
e, mais interesse terá tendo em conta o ideário que orienta os protestos: «as frustrações que a crise financeira está a causar», apontou o próprio ban ki-moon, citado pela associated press.
«é isso que estamos a ver um pouco por todo o mundo, começando em wall street, as pessoas estão a mostrar as suas frustrações, e em todo o mundo estão a enviar uma mensagem clara e inequívoca», analisou.
as palavras do máximo dirigente da onu surgem após as manifestações que ocorreram, à escala global, no sábado. o movimento dos ‘indignados’ ergueu-se e protestou em uníssono, alastrando às principais capitais europeias e mundiais, onde milhares juntaram-se no protestos contra as condicionantes impostas pela crise financeira global.
e, este segunda-feira, as manifestações prosseguem. à escala mundial, the guardian avança que serão mais de 950 os núcleos de protesto, espalhados por mais de 80 países, «desde seoul até roma».
dinheiro, dinheiro e dinheiro
no centro está o dinheiro, causa, impulso e consequência dos protestos. esta segunda-feira, o the huffington post dá conta que o movimento de wall street, em nova iorque, já terá angariado mais de 217 mil euros.
mas, na esfera mais negra dos protestos, estão as notícias vindas de itália. em roma, as manifestações de sábado causaram cerca de dois milhões de euros de prejuízo, escreve o the guardian.
a violência que se separou dos protestos incendiou viaturas, pilhou lojas e destruiu sinais de trânsito na capital italiana, que constitui a faceta mais destruidora dos protestos de sábado.
vozes erguem-se contra a austeridade e constrangimentos da crise mundial. «falta dinheiro!», terá sido, porventura, uma das queixas entre as milhares que ecoaram nas vozes de protesto. dinheiro que, entre pilhagens e incêndios, terá agora que será canalizado, em itália, para a reparação dos danos causados pela violência dos protestos.
são económicos os temas que movem o protesto, e relacionados com dinheiro são também as ocasionais consequências de um protesto global que, espera-se, não volte a alastrar para confrontos e violência.