O preço da entropia

A crise das dívidas soberanas na Zona Euro ameaça lançar o Mundo no caos. Na verdade, a probabilidade de ocorrer uma hecatombe na banca do Velho Continente – que rapidamente alastraria ao resto do globo – permanece alta.

a sucessão de notícias e declarações de intenções a que assistimos ao longo da semana, (é escusado falar dos últimos meses…) só pode fazer temer o pior. no fim-de-semana, merkel e sarkozy declararam estar a preparar um plano para recapitalizar a banca e evitar o alastrar da crise. a imprensa internacional publicou algumas generalidades sobre o ‘plano’, que deverá estar pronto a tempo da cimeira do g20. entretanto, o presidente do conselho europeu anunciou o adiamento da reunião prevista para este fim-de-semana, de modo a que os estados pudessem trabalhar no ‘plano’ que, até ver, está na cabeça de uma meia dúzia de iluminados entre paris e berlim. quarta-feira, o presidente da comissão europeia anunciou o ‘seu’ projecto – prometido desde o discurso do ‘estado da união’. e o presidente do eurogrupo, em entrevista a um jornal alemão, deu dez ideias para salvar o euro. a crise tem vários culpados, mas resume-se a um conceito de termodinâmica cada vez mais presente na economia e na política: entropia. tudo isto vai acabar mal.

o oe2012 está prestes a ser conhecido. do que já se sabe, não há nada de bom. a notícia será haver algo de positivo. e procurá-la será um exercício penoso: será como descobrir uma agulha num palheiro. quem a conseguir, terá a história do ano.

ricardo.d.lopes@sol.pt