aqui, o humor, a atenção ao detalhe e alguns elementos de decoração – um sofá gigante em forma de boca dá as boas vindas à entrada – são componentes da fórmula desenhada para diferenciar esta unidade. mas há um ingrediente principal: a emoção.
«os hotéis têm cada vez mais marcas emocionais e o dormir é apenas parte da experiência», frisa pedro monteiro, partner da snord, empresa portuguesa de design, branding e comunicação. «um hotel tem de ser uma ideia e uma marca, e uma marca tem de ser uma história», explicou, no congresso de hotelaria, que decorreu esta semana na figueira da foz. por isso, a criatividade para gerar sensações e oferecer experiências começa a ser a chave que abre a porta mais clientes.
mas onde é o seu hotel?
é que, se até agora imperava na indústria hoteleira a máxima que apontava como três motivos de sucesso de um hotel a localização, a localização e a localização, esta visão parece estar a ser complementada com outros três factores: emoção, emoção, emoção.
«o consumidor quer fazer tudo e já, quer o melhor de tudo e agora. quer uma história para contar e colecciona experiências», concorda a directora de marketing dos hotéis tivoli, rita alves machado. foi por isso que o grupo português criou eventos que revisitam a nostalgia e remetem para a infância, como o lanche à portuguesa.
no hotel de charme areias do seixo também predomina o conceito de turismo emocional, atesta o fundador, gonçalo alves, que, durante a sua apresentação no congresso, nunca referiu onde fica a unidade. e porquê? porque quer que o hotel (em santa cruz) seja visto como destino da viagem, independentemente da localização. e como? por exemplo, todos os dez quartos são diferentes e, de cada vez que vão, os clientes querem experimentar um diferente.
para se distinguirem, há ainda hotéis que optam por ter andares temáticos – no lx boutique hotel cada piso é dedicado a um elemento típico de lisboa como o tejo ou o fado –, ou centram a sua oferta num conceito inovador. em paris, o hôtel costes escolheu a música. e o mama shelter, onde os candeeiros são figuras do star wars, é a ‘meca’ do cinema. já no classical babygrande, em atenas, predominam graffitis e arte urbana. e a casa camper (barcelona) é para amantes de sapatos.
esta é uma tendência seguida tanto por hotéis pequenos como pelas grandes redes internacionais. este ano, o grupo sheraton investiu 20 milhões de dólares numa campanha de tv para reposicionar a marca e promover a vivência emocional. já os hotéis westin, da starwood, centraram o seu conceito no formato exclusivo da sua cama – registada oficialmente como heavenly bed, tem dez camadas de lençóis e 13 almofadas diferentes.
no lx boutique hotel o contacto com o cliente também se faz pelo tecto. «o que é que o faz mais feliz: dormir numa cama king size ou numa cama que o faz sentir-se como um rei?», lê-se num quarto.