a concretização de um sonho arrancou com o projecto da herdade da mingorra e a construção, em 2004, da sua moderna adega de 2000 metros quadrados, sob a orientação do enólogo pedro hipólito.
com uma área de 1.400 hectares (ha), referentes a três propriedades (herdade da mingorra, sociedade agrícola do barrinho e herdade dos pelados), e numa paisagem com várias bacias hidrográficas, a vinha ocupa 135 desses ha.
a sua localização está em terras do baixo alentejo, a escassos quilómetros da cidade de beja, e o produtor henrique uva orgulha-se de ter na sua propriedade vinhas plantadas há quase 30 anos, o que constitui uma raridade na região. a área está distribuída por 60 ha de vinhas velhas – cerca de 30 anos –, 35 ha com vinha de 25 anos, 30 ha com videira de 12 anos e 10 ha com outra de quatro anos.
e aqui nasce a grande curiosidade deste vinho tinto uvas castas 2005. com as suas vinhas localizadas no baixo alentejo por que razão henrique uva nos apresenta um vinho com 50% de castas alentejanas e a outra metade com castas do douro?
o próprio rótulo da garrafa (rasgado a meio) sugere-nos este casamento de duas caras metades. e afinal o segredo é bem simples. o produtor tem uma familiar com vinhas no douro e resolveu fazer uma experiência. podia dar para o torto? podia. só que neste caso o casamento resultou bem. com cor intensa e aroma a lembrar fruta com notas de chocolate, tem um longo final de boca. o seu teor alcoólico é de 14% e acompanha carnes e queijos. uma tentação! l
jose.moroso@sol.pt