a reunião de urgência convocada pelo primeiro-ministro grego desviou os holofotes da cimeira do g20 para o que já é apontado como um iminente colapso do governo grego. após cinco ministros do executivo grego se terem mostrado contra a realização do referendo, a imprensa começou a avançar que a demissão de papandreou estaria próxima.
mas, de acordo com o the guardian, o seu gabinete do primeiro-ministro já negou a eventual demissão, ao mesmo tempo que o gabinete presidencial afirmava «não estar planeada qualquer reunião» entre papandreou e o presidente do país, karolos papoulias.
antes, a bbc tinha adiantado que george papandreou poderia anunciar a sua demissão do cargo nas próximas horas após a reunião de urgência com o seu executivo, em atenas.
a notícia apontava para a realização de um encontro entre o primeiro-ministro com o presidente do país, onde, além de apresentar a sua demissão, poderia anunciar a formação de um governo de coligação. para o liderar, surgia na frente o nome de lucas papademos, antigo presidente do banco central grego e vice-presidente do bce.
até antonis samaras, líder do principal partido de oposição grego (nova democracia), já se mostrou disponível para integrar um eventual governo de coligação, avança a cnn.
referendo espoletou colapso do governo
o governo da grécia está à beira do colapso. a situação avançada pela imprensa europeia,ao noticiar a instabilidade que reina no parlamento grego, é agora agravado pela iminente demissão de papandreou, adiantada pela bbc.
antes, o le monde tinha avançado que mais dois deputados mostraram estar contra o referendo, fazendo com que o partido socialista (pasok) perdesse, esta quinta-feira, a sua maioria, no mesmo dia em que vai a votos uma moção de confiança para o executivo liderado por papandreou.
a divisão no seio do partido socialista ficou ainda mais notória quando o ministro das finanças do país, evangelos venizelos, manifestou a sua oposição ao referendo sobre o novo pacote de ajuda externa, quando disse que «a adesão à zona euro tinha sido uma conquista para o povo grego».
a tomada de posição de venizelos – um histórico rival de papandreou na luta pela liderança do pasok -, motivou a contestação de mais quatro ministros do executivo, entre eles o michalis chryssohoïdis, tutelar da pasta do desenvolvimento, ao pedir hoje que o parlamento «ratifique rapidamente» o pacote de ajuda externa à crise da dívida do país.
a instabilidade provocada pela discórdia interna no pasok é agravada pela pressão da oposição política grega. antonis samaras, líder do partido da nova democracia e principal figura da oposição, tem protestado contra a austeridade no país e contra os apelos que têm sido feitos pelos líderes europeus: a criação de um governo de união nacional, diz o the guardian.
esta é uma das opções terá sido discutida pelos deputados socialistas. de acordo com a bbc, os membros do pasok incluiram a possibilidade de formar um governo de união nacional num lote com mais duas hipóteses: eleições antecipadas ou um voto parlamentar para aceitar as condições do pacote de ajuda europeia. tudo sem um referendo.
os líderes da ue e da zona euro depositam as suas preferências na formação de um governo de união nacional na grécia, que substituiria a realização do referendo. a hipótese já reúne o apoio de alguns deputados socialistas, como vasso papandreou, que apenas partilha o apelido com o primeiro-ministro do país.
ao daily telegraph, o deputado afirmou que «as mentiras acabaram» e «é altura de todos assumirem responsabilidades», antes de classificar a formação de um governo de união nacional como «a única proposta realista para o país evitar o colapso», leia-se, a bancarrota.
todas as hipóteses deverão estar a ser alvo de discussão durante a reunião de emergência convocada para esta manhã por george papandreou. agendada originalmente para as 10 horas, o the guardian revelou que o encontro se atrasou e que apenas se iniciou um pouco antes das 11 horas.
(notícia actualizada às 14h16.)