Morte do grego Alexis foi o início de uma onda de greves

O mundo acordou, em Dezembro de 2008, com as imagens de centenas de milhares de gregos a protestarem contra o assassinato, por dois polícias, de Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos. O crime sobre Alexis desencadeou a primeira grande onda de violência na Europa após a falência do Lehman Brothers. Um choque entre o Executivo liberal…

um ano depois, a grécia mergulhava numa das maiores crises económicas a que a sociedade contemporânea já assistiu._o ‘quente’ bairro de exarchia começou a ferver. desde então, as greves gerais são quase mensais. a última, em outubro, durou dois dias e os protestos foram tão acesos que os deputados tiveram de abandonar o_parlamento.

a pressão da população levou o primeiro-ministro papandreou a convocar um referendo ao segundo plano de resgate da troika (ver secção internacional). uma decisão que vai ao encontro dos apelos dos movimentos globais dos ‘indignados’ e da ‘democracia já’, que apelam a uma maior participação democrática dos cidadãos.

tais influências chegaram também a portugal._bafejado pela primavera árabe, o ‘movimento 12 de março’ convocou uma das maiores manifestações de sempre desde o 25 de abril_(ver caixa ao lado). já no último mês a população saiu em protesto no dia 1 e no dia 15.

movimentos semelhantes estiveram na origem de manifestações que se estenderam pelo mundo inteiro._episódios como o ataque ao carro do britânico príncipe carlos, a ocupação da praça financeira norte-americana wall street e o acampamento nas portas do_sol, em_madrid, foram beber às experiências das revoluções árabes. o mundo ocidental está agitado. com o possível colapso do sistema ‘à vista’, as forças sociais tentam alterar (e dominar) o seu rumo.

frederico.pinheiro@sol.pt