eleito para liderar o novo governo de coligação nacional, lucas papademos dirigiu-se hoje ao parlamento grego, apelando à sua união para restaurar «a verdade e a confiança» no país.
citado pelo the guardian, o líder do novo executivo grego procurou ressalvar a importância do país permanecer na ue e na zona euro. «permanecer na zona euro é a nossa única opção e as sondagens mostram que o povo grego entende isso», explicou, ao referir que tal trará a «estabilidade financeira».
papademos conferiu ainda algumas palavras de incentivo à população mais jovem, ao referir que a permanência na zona euro dará «perspectivas aos jovens gregos para que sejam capazes de viver no seu próprio país».
entre as mensagens de incentivo e esperança, o primeiro-ministro helénico foi soltando revelações acerca do actual panorama económico do país.
lucas papademos chegou a admitir que as medidas de austeridade acabaram por causar o efeito contrário, confessando que as políticas anti-crise acabaram por «piorar a recessão e o desemprego».
contudo, depois de referir os 9% de défice previstos, valor acima do inicialmente avançado, papademos garantiu que a grécia reúne as condições para receber os 8 mil milhões de euros que compõem a próxima fatia de ajuda externa inserida no primeiro acordo com a ‘troika’.
a esta tranche deverá seguir-se o segundo pacote de ajuda externa para salvar a economia grega, que ficou acordado entre os líderes europeus, aquando da cimeira da ue e da zona euro realizada a 26 e 27 de outubro, em bruxelas.
e será em consonância com os acordos que saíram da cimeira europeia que o executivo dos 100 dias – manter-se-á no poder até às eleições de fevereiro -, vai governar. «a principal tarefa deste governo, e que foi acordado pelos líderes partidários com o presidente [grego], é executar as decisões da cimeira e aplicar as políticas económicas a ela inerentes», disse, citado pelo daily telegraph, ao longo do seu discurso parlamentar.