As excepções passam a regra?

Boa parte da população indignou-se quando os salários dos gestores públicos foram publicados na comunicação social. A limitação da remuneração a um máximo de 5.300 euros visa a poupança de recursos públicos, mas tem essencialmente um carácter simbólico. O Governo tenta, assim, dar o exemplo de poupança, do topo da hierarquia aos escalões mais baixos.

Contudo, adivinham-se algumas dificuldades, segundo Pedro Rebelo de Sousa, presidente do Instituto Português de Corporate Governance. Tudo porque o Governo excluirá deste limite salarial «as empresas que fornecem bens e serviços em concorrência», segundo o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino. Rebelo de Sousa teme que «sejam mais as excepções do que a regra».

O Governo ainda não anunciou a lista de excepções, mas revelou que os administradores da TAP e da Caixa Geral de Depósitos (CGD) terão autorização das Finanças para auferirem salários mais altos. É precisamente nestas empresas que os salários são já mais elevados: o presidente da TAP aufere 420 mil euros por ano e o CEO da CGD recebe 270 mil euros anuais.

O Governo espera poupar cinco milhões de euros anuais com as limitações.

Frederico.pinheiro@sol.pt