o benfica vai entrar invicto no dérbi. no total, são 12 o número de jogos sem derrotas nas competições internas, divididos entre campeonato e taça de portugal – tudo somado, o registo junta nove vitórias e três empates.
a equipa orientada por jorge jesus defende o estatuto de líder da prova frente ao sporting que, porém, surge apenas a um ponto de distância graças à recuperação que encetou desde a derrota em casa (3-2) com o marítimo, logo à terceira jornada.
daí até ao clássico com o benfica foram cerca de três meses de vitórias, num ciclo apenas quebrado na roménia, contra o vaslui, onde um ‘leão’ já qualificado para os oitavos- de-final da liga europa se apresentou quase com uma equipa b e foi derrotado (1-0). contudo, o sporting vai apresentar-se diante do benfica embalado por uma onda de nove vitórias consecutivas nas competições internas.
benfica lidera estatística
entre os seus ciclos positivos, benfica e sporting estão separados por apenas um ponto. na última década, esta é a quarta vez que tal distância ocorre em vésperas de os dois ‘rivais’ se defrontarem na luz (ver quadro ao lado).
à diferença mínima junta-se o renovado entusiasmo dos adeptos leoninos, que vêem a equipa chegar ao clássico numa onda vitoriosa que tem prevalecido nas competições portuguesas desde 28 de agosto, data da última derrota interna esta temporada.
nos últimos 10 anos, o sporting nunca chegou à luz a mais de 11 pontos do seu rival, à excepção de 2009/2010. na época em que o benfica se sagraria campeão nacional, os ‘leões’, então ainda orientados por carlos carvalhal, entraram no clássico a 23 pontos do seu rival.
na história dos clássicos, é preciso recuar até 1946 para encontrar a maior goleada imposta pelo benfica em sua casa: 7-2. o sporting tem que lembrar a mesma década para encontrar a sua maior vitória no reduto dos ‘encarnados’ quando, em 1948, foi à luz vencer por 4-1.
o que os clássicos perderam em resultados desnivelados terão ganho em emoção. basta recordar o empate a três bolas que obrigou à decisão nas grandes penalidades em 2004/2005, quando o benfica conseguiu eliminar o sporting e passar aos quartos de final da taça de portugal.
com ou sem história em mente, o sporting quererá inverter um ciclo adverso que pauta as suas mais recentes visitas à luz, onde venceu apenas cinco partidas nos últimos 20 anos.
últimos nove jogos a favor dos anfitriões
a última vitória dos ‘leões’ remonta a 2005/2006, e desde então são nove partidas em que o benfica se tem mantido invicto no seu estádio. a vantagem recente dos ‘encarnados’ é reflectida no histórico do clássico jogado na luz: em 139 encontros oficiais, o benfica venceu 79 e o sporting apenas 29, com 31 empates pelo meio.
contra a história vai estar um sporting que sob o comando de domingos paciência tem dado sinais de crescimento e consistência. a última prova surgiu com a vitória caseira (2-0) sobre o sporting de braga, no domingo, que valeu a passagem aos oitavos-de-final da taça de portugal. um desempenho «fantástico», nas palavras de godinho lopes: «numa prova de prestígio, só com atitude séria conseguimos vencer e manter-nos na luta por todos os objectivos traçados para esta época. a resposta verde que demos deve ser preservada», comentou o presidente leonino.
a contrariar o ímpeto vai estar o benfica, que defende o estatuto de anfitrião com um pecúlio interno imaculado.
fc porto recebe sp. braga
amanhã, um fc porto animado pela vitória na ucrânia (ver página seguinte), recebe um sp. braga (18h15, tvi) acabado de ser afastado da taça de portugal pelo sporting.
se o benfica sofrer no sábado um deslize na luz, os ‘dragões’ partem para este jogo com a hipótese de se tornarem líderes isolados do campeonato, cenário que se concretizaria pela terceira vez esta temporada (as outras foram na terceira e quarta jornadas). desde 19 de setembro, quando empatou no terreno do feirense, que o fc porto partilha o comando da liga com os ‘encarnados’.
se, pelo contrário, o benfica se impuser aos ‘leões’, a equipa de vítor pereira terá de ganhar aos actuais quintos classificados para se manter na liderança.
no meio de tantos compromissos e incertezas, algo não levanta dúvida: a vitória na ucrânia serviu de bálsamo ao treinador ‘azul e branco’. tal ficou evidente na conferência de imprensa que se seguiu a esse jogo. «às vezes é preciso bater no fundo para nos levantarmos. as equipas e os homens surgem nessas alturas», declarou o técnico portista. mesmo que mais laça, a corda continua no pescoço de vítor pereira. e o seu maior ou menor aperto começará a fazer-se sentir-se já na recepção ao bracarenses.
diogo.pombo@sol.pt *com pedro prostes da fonseca