o sol sabe que da comissão de honra fazem também parte o primeiro-ministro, pedro passos coelho, o bispo do porto e presidente da comissão episcopal da cultura, bens culturais e comunicações sociais, d. manuel clemente, o presidente da fundação calouste gulbenkian, rui vilar, e o comendador rui nabeiro. a presidir à comissão científica está rui vieira nery – musicólogo responsável pela comissão científica da candidatura do fado a património da humanidade.
a ideia da candidatura partiu de um desafio lançado ao presidente da autarquia de serpa pelo embaixador fernando andresen guimarães, que já foi presidente da comissão nacional da unesco. a sugestão veio na sequência da preparação da candidatura da cidade de serpa à rede de cidades criativas da unesco, no tema música.
o repto não caiu no esquecimento e agora a comissãoexecutiva está empenhada em tornar o cante alentejano património da humanidade. «não entrei neste projecto para perder», afiança carlos medeiros, presidente da comissão executiva e ex-professor catedrático da universidade católica portuguesa, actualmente a leccionar em washington .
em declarações ao sol, carlos medeiros lembra que «o cante nasceu de um universo muito popular e que, em várias épocas, foi politicamente usado». este professor explica que «um alentejano em vez de falar, cantava; era um modo de convívio». e que, por isso, «o cante existe onde há alentejanos, seja nos grupos corais espalhados pelo país, seja nas colectividades de emigrantes em cidades com toronto, paris ou montreal».
a candidatura a património imaterial da humanidade inclui ainda vários projectos complementares, como um filme documental sobre o cante alentejano, da autoria do realizador sérgio treffaut. para além disso, será feita a recolha e estudo do cancioneiro e discografia desta expressão musical, a inventariação e caracterização dos grupos corais e uma compilação ilustrada de histórias de vida de cantadores e de grupos corais.