«estamos cansados de isto acontecer; isto tem de ser visto como um furto e não como uma tradição», referiu ao sol, o filho do proprietário, manuel henriques. «não existem tradições de furto», acrescentou.
manuel henriques sublinha que em causa não está o valor material do pinheiro roubado, até porque irão gastar mais dinheiro com o advogado e com as custas judiciais: «para nós, o problema não tem a ver com o pinheiro, mas com o furto».
«a queima do pinheiro é tradição, mas em causa está a falta de educação e a inacção da gnr, que sabe que isto se passa todos os anos e devia andar mais vigilante naquela noite», completa o filho do proprietário, advogado de profissão.
o advogado, de 33 anos, refere que se o grupo tivesse pedido um pinheiro que lho dariam. «agora, eles cortaram um dos melhores pinheiros da mata e, além disso, destruiram parcialmente o muro da propriedade», garante.
na noite de consoada, um grupo reúne-se para cumprir a missão de cortar um pinheiro numa mata à escolha.
se tempos antes, algum proprietário critica a iniciativa tradicional, já se sabe que é sobre a propriedade dele que irá recair as atenções.
em 2009, um dos participantes contou o feito e uma testemunha passou a informação ao proprietário do pinheiro furtado. «abordámos a pessoa em causa, como não houve interesse em pagar, apresentámos queixa no posto da gnr, como forma de moralizar», conta manuel henriques.
de acordo com o advogado (que não ficou com este caso em mãos), o ministério público já deduziu acusação e o processo está em fase de instrução.