o conceito a ser implementado significa um corte profundo com a linha seguida até agora. actualmente, o estado subsidia preços baixos nos transportes públicos a todos os cidadãos, independentemente da sua condição social e dos rendimentos. mas, segundo a orientação seguida pelo executivo, a crise financeira obriga o estado a gastar menos e, portanto, a reduzir as despesas com este sector. por isso, a partir de fevereiro, quem recebe mais irá pagar mais. pelo contrário, quem recebe menos será beneficiado. o objectivo é garantir maior equidade no pagamento das novas tarifas.
o secretário de estado dos transportes, sérgio silva monteiro, irá introduzir tarifas especiais para jovens estudantes com carências económicas, para compensar o fim dos passes sub23 e 4_18, destinados aos utilizadores mais jovens. apenas os estudantes cujos agregados familiares aufiram rendimentos baixos beneficiarão das tarifas sociais. segundo os dados da direcção-geral do tesouro e finanças, no ano passado o estado pagou 26,5 milhões de euros em compensações às empresas de transportes por venderem passes com 50% de desconto a todos os estudantes com menos de 23 anos. um conceito semelhante será aplicado aos passes para idosos, cujos descontos de 50% também acabam em fevereiro.
outra novidade é a definição de tarifas com base em diferentes escalões de rendimento.
rendimentos diferentes, preços diferentes
este conceito começou a ser implementado em setembro pelo actual governo, através da criação do passe social +, destinado aos cidadãos com rendimentos mensais até 545 euros. deste montante para cima serão criados novos escalões, com preços diferenciados.
estas alterações abrem espaço para aumentos mais fortes nos bilhetes simples, pois aplicar-se-ão apenas aos passes mensais. por outro lado, o esforço de aumento das receitas será suportado pelos cidadãos com rendimentos mais altos.
na próxima semana deverá ser anunciado o plano em detalhe, incluindo os aumentos dos preços. em 2011 os preços subiram entre 3,5% e 4,5% em janeiro e 15% em agosto. estima-se que por cada aumento de 10% nos preços a procura se retraia entre 2% e 3%.
títulos mais simples
a simplificação das tarifas é apontada como uma estratégia de sucesso, a nível mundial, para a captação de novos utilizadores. este é o ‘trunfo’ do governo para compensar uma previsível retracção na procura devido ao aumento de preços e da redução de serviços. sérgio silva monteiro avançará com a fusão dos títulos da carris e do metro de lisboa (empresas que darão origem a uma só, este ano) e irá acabar com a divisão em zonas. esta alteração prende-se, igualmente, com o fim da sobreposição da oferta das duas empresas, permitindo aos utilizadores trocarem do metro para o autocarro com maior facilidade. no total, mais de 100 passes irão desaparecer. os títulos da cp sofrem alterações no zonamento.
